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Concurso leiteiro da Expocol revela situação precária da “Cadeia do Leite” em Rondônia

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O famoso Concurso Leiteiro da exposição agropecuária de Colorado do Oeste é um dos grandes referenciais do gênero não apenas em Rondônia, mas em toda a região Norte do país, em termos de quantidade de animais, produtividade e premiação.

Quem garante é o zootecnista Ênio Milani, ex-funcionário da Emater e um dos dirigentes da Associação dos Criadores de Colorado do Oeste (ASCCOL), que há décadas participa da organização e realização do evento, que na edição deste ano, realizada na semana passada, manteve sua tradição no melhor sentido possível.

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Por outro lado, o concurso também serviu para levantar um debate acerca da situação da chamada “Cadeia do Leite” em Rondônia, que é um segmento que agrega milhares de pequenos produtores, e que na avaliação de Milani se encontra em franca decadência há cerca de uma década.

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E ele comprova tal afirmação com dados extraídos de órgãos oficiais, os quais indicam que hoje a produção leiteira em Rondônia é de 1.070.000 litros ao dia, sendo que há dez anos este número alcançava 2,5 milhões de litros diários.

“É uma queda de 60%, e isso só se explica com de uma forma: ausência de políticas públicas efetivas de apoio aos produtores, que cada vez mais se desestimulam em investir ou mesmo permanecer nesta atividade”, argumenta.

Para ilustrar melhor o que afirma, ele faz uma comparação interessante: a vaca campeã do concurso deste ano, criada em condições ideais, porém diferenciadas daquelas que a maioria absoluta dos produtores consegue dispor, produziu 46 quilos/dia de leite.

Hoje, por propriedade rural, o produtor entrega 34 kg/dia, ou seja, a campeã do concurso produz o mesmo que uma família de produtores, e ainda sobre 18 kg. “Quatro anos atrás a média era 60 kg/dia, então por aí já dá para a gente ter noção do que está ocorrendo e do quanto estamos perdendo em termos de produtividade”, afirma.

Ele diz que a queda na produtividade do leite no Estado coincide com o período de gestão de Evandro Padovani à frente da SEAGRI, “pois ele é uma pessoa que não estudou para isso, nunca trabalhou no ramo e nunca criou nada, e sua gestão foi desastrosa, e não apenas no caso da Cadeia do Leite, mas em muitos outros segmentos”.

Acrescentando, Milani acrescenta que outras causas da queda de produtividade vou a destruição da assistência técnica ao produtor. “Para ter os resultados atuais não precisa de assistência técnica, isso é inadmissível para uma empresa que gasta 120 milhões de reais por ano e no fim apresentar um resultado desses”, complementa.

Milani diz que no caso do leite, a produtividade está diretamente relacionada a qualidade da alimentação das vacas, e dada as condições climáticas de Rondônia, isso só é possível se fazer se houver suporte do poder público aos pequenos produtores, com qualificação técnica e apoio.

“Na época das chuvas temos pasto abundante, mas na estiagem é preciso alternativas como a silagem. Só que os pequenos não têm condições de dotar suas propriedades com máquinas e equipamentos para produzir este tipo de alimentação, dependendo de apoio, o que não houve nos últimos governos”, garante.

Segundo ele, a última vez que aconteceu pelo menos uma tentativa de se dar a devida estrutura ao setor produtivo, particularmente aos pequenos produtores, “que dependem deste suporte”, ocorreu nas gestões de Ivo Cassol. “De lá em diante foi ladeira abaixo”, afirma.

Ele também denuncia que tudo isso acontece sem que entidades que representam tanto os pequenos quanto os grandes produtores se manifestem ou exijam providências.

“A Fetagro que representa os pequenos, e a Faperon, que corresponde ao agronegócio em grande escala, está satisfeita com convênios irrisórios e não cumprem com o seu papel de cobrar políticas públicas que venham ao encontro das demandas do setor”, diz Ênio.

Ele também ressaltou que a exposição em Colorado do Oeste serviu para que este alerta fosse transmitido aos candidatos que concorrem às eleições deste ano para todos os cargos.

“Mostramos essa realidade para as pessoas que pretendem exercer mandato no ano que vêm, em todos os níveis, e esperamos que a mensagem tenha sido captada por eles e que a partir de janeiro essa terrível realidade comece a ser revertida, pois da forma que estão indo as coisas em breve a situação vai piorar ainda mais, e os produtos derivados do leite vão ficar ainda mais caros para o consumidor”, finalizou.

CONCURSO LEITEIRO – Os principais resultados da competição, que distribuiu 40 mil reais em prêmios são os seguintes:

Na categoria “Vaca” – Felipe Colombo Mascarenha (1º e 4º Lugar); Jailton Lopes Ferreira (2º); Joaquim Faria Campos (3º e 5º). Na categoria “Novilha”: Joaquim Farias Campos (1º e 3º) e Jailton Lopes Ferreira (2º).

 

 

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