Corumbiara desmembrou-se dos municípios de Colorado do Oeste e Vilhena. Originou-se do Núcleo Urbano de Apoio Rural Nova Esperança, integrante do Projeto de Colonização Paulo de Assis Ribeiro, do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Neste sábado, o município faz 28 anos.
A denominação Corumbiara se deve ao rio com esse nome, importante afluente da margem direita do rio Guaporé. Mas se existe algo que hoje possa simbolizar o município são os seus 273 mil hectares de fazendas com 311,5 mil cabeças de bovinos, 3,5 mil equinos, e a produção de 16,6 mil litros de leite. E muita soja. Em segundo lugar, depois de Cerejeiras (144 mil t), Corumbiara cultiva 120 mil toneladas dessa oleaginosa, cuja área subiu no Estado de 175 mil ha para 225 mil ha, entre 2015 e 2019, conforme dados da Produção Agrícola Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), as duas recentes safras de soja em Rondônia superaram US$ 411 milhões. Foram exportadas mais de 3,8 milhões de toneladas para a China, Espanha, Holanda, México e Turquia.
Rondônia possui um rebanho de bovinos e bubalinos superior a 13 milhões de cabeças, distribuídos por 5,8 milhões de hectares de pastagens naturais ou plantadas no Estado. O município e seus vizinhos dispõe da Rodovia do boi, a RO-370 em fase de recuperação. O governador Marcos Rocha determinou ao Departamento de Estradas de Rodagem e Transportes (DER) que facilite a situação dos criadores e agricultores, porque ela é o principal corredor do transporte dos grãos, bovinos e escoa toda safra agrícola também.
Além de Corumbiara, essa rodovia também atende os municípios de Alto Alegre dos Parecis, Cabixi, Cerejeiras, Parecis e Chupinguaia. Outra estrada importante recuperada pelo DER foi a RO-485, entre Corumbiara e Colorado do Oeste, obra a cargo da 1ª Residência de Colorado do Oeste.
De outro lado, diante da falta de recursos do Incra, sem terra, camponeses e remanescentes de conflitos dos anos 1990 em latifúndios da região ocuparam as fazendas Santa Elina e Nossa Senhora Aparecida (ao todo 18 mil hectares), nesse município e no vizinho Chupinguaia. Lotes cortados por conta própria resultaram em mais de trezentas famílias assentadas, totalizando aproximadamente mil pessoas.
Segundo o IBGE, somam 1.344 hectares as terras tituladas coletivamente em Corumbiara. Das 1.489 propriedades, 298 recebem assistência técnica e 1.189 não, e 776 usaram agrotóxicos. No ano passado, Corumbiara foi o primeiro município a receber títulos de terras urbanas outorgados pela Superintendência Estadual de Patrimônio (Sepat) para famílias antigas na região. Foram 586 lotes regularizados e 270 títulos registrados entregues a famílias com baixa renda. Com a escritura das residências as famílias ganharam acesso a linhas de crédito em instituições financeiras para melhorar seus imóveis.
Isso aconteceu graças à parceria do Programa Papel Passado, do Governo Federal, com o Governo do Estado. Trinta mil moradores se beneficiaram com o programa que tem o apoio direto do Ministério das Cidades, mediante a contrapartida estadual.
Dados do IBGE revelam que o município tem 34 arrendatários e 76 ha de uso sustentável. O pasto avançou sobre 167,7 mil ha, embora 2,7 mil ha estejam em más condições. Matas naturais e florestas totalizam 6.426 ha, e as destinadas à preservação permanente ou reserva legal, 39,5 mil.