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Mãe busca filha em Petrópolis após temporal: “Um bebê sem respirar dessa lama”


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Mãe busca desesperadamente filha desaparecida após temporal em Petrópolis (RJ) – Foto: Reprodução/TV Globo

Passadas quase 12 horas do temporal que causou uma tragédia em Petrópolis, Região Serrana do Rio, e que até agora já causou a morte de 24 pessoas, o cenário é de destruição e desespero de famílias que ainda procuram por parentes desaparecidos, entre eles, muitas crianças.

No Morro da Oficina, neste fim de madrugada, ao menos dois corpos já foram resgatados por equipes do Corpo de Bombeiros que trabalham desde o fim da noite de terça-feira. Nesta região, que fica bairro Alto da Serra, estima-se que cerca de 80 casas tenham sido afetadas. Por volta das 6h20, mais um corpo foi resgatado. A dificuldade é tanta que um dos militares chegou a ficar preso na lama.

Bruno Carvalho consegue ver de trás do cordão de segurança sua casa onde estava sua filha de 1 ano, sogra e primos. Ele busca informações da família apegado na esperança. Morador da quinta casa a esquerda, ele já encontrou a bolinha rosa de sua filha entre os destroços. O brinquedo está a mais de 30 metros do seu quarto.

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— Única coisa que ouvimos é que tinha havido um desabamento, mas só tive a dimensão quando cheguei aqui.

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Na área em que Gisele Arcaminate, mãe da adolescente Maria Eduarda, faz as buscas pela filha há apenas familiares e amigos. Ela, que tem o nome da filha tatuado, a todo momento grita “Duda”, na esperança de uma resposta. Com uma enxada nas mãos, ela ajuda, junto com outros voluntários, a tentar resgatar a jovem sob a lama.

— Um bebê sem respirar embaixo dessa lama — disse Gisele, sobre a menina de 1 ano desaparecida.

Conhecido como Lampião, um homem que mora no Morro da Oficina conseguiu resgatar duas pessoas com vida, mas perdeu a mãe. Segundo ele, os bombeiros já localizaram o corpo de Maria das Graças, mas ainda não conseguiram removê-lo dos escombros. Ele conta que estava no trabalho no momento em que ligaram para perguntar se o filho estava com ele. A preocupação foi, então, instantânea.

— Me ligaram e vim correndo para cá. Quando cheguei, disseram até que meu filho tinha morrido. Fiquei sem chão. Um vizinho me disse que sabia onde ele estava e fomos resgatá-lo. Escutei muitos pedidos de socorro na hora que fui resgatar o meu filho, mas já estava ficando escuro, sem luz. Deve ter muita gente embaixo dos escombros ainda. Deixei meu filho no posto de saúde — conta um homem, que mora na região há 44 anos e nunca viu algo assim.

Muito emocionado, João Belisardo aguarda notícias de suas filhas Michele Aparecida, de 33 anos, e Larissa Afonso, de 5 anos. Elas estavam em uma casa de três andares que desabou durante a chuva, por volta das 18h.

— Moro em outro bairro, e minha filha até 18h estava falando comigo. Mas depois parou. Minha neta tem 5 anos e minha filha fez 33 na terça-feira. Era uma casa de três andares e tinha outros imóveis. Todo mundo que está aqui perdeu alguém — disse emocionado.

 

 

POR: Felipe Grinberg/EXTRA

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