O presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória que prevê R$ 20 bilhões em crédito extraordinário ao Ministério da Saúde. O recurso deve ser destinado para comprar vacinas contra a covid-19 e imunizar a população brasileira a partir do próximo ano.
O conteúdo da MP, assinada em cerimônia de posse do ministro do Turismo, Gilson Machado, ainda não foi divulgado pelo Palácio do Planalto. Ontem, o governo lançou o plano nacional de imunização. O ministro Eduardo Pazuello (Saúde) informou que o governo deverá começar a vacinação no Brasil em “meados de fevereiro”, apesar de nenhum imunizante ter o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser distribuído.
“A medida permitirá que as autoridades de saúde brasileiras fiquem em condições de adquirir as primeiras vacinas que tenham o seu uso autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que apresentem possibilidade de rápida disponibilização à população brasileira”, diz nota divulgada pelo Palácio do Planalto.
No plano de vacinação divulgado ontem, o governo afirma já negociar cerca de 350 milhões de doses para 2021, o que seria suficiente para imunizar 175 milhões de brasileiros. Além dos acordos já mencionados em versões preliminares do documento, que incluíam as vacinas de Oxford/AstraZeneca (210 milhões), Covax Facility (42,5 milhões) e Pfizer (70 milhões), o Ministério da Saúde adicionou ao planejamento 38 milhões de doses do imunizante da farmacêutica Janssen, que também está sendo testado no Brasil. De acordo com o governo federal, 3 milhões de doses dessa vacina seriam disponibilizadas no segundo trimestre de 2021, 8 milhões, no terceiro trimestre, e 27 milhões, no quarto trimestre do ano que vem.
O governo federal passou a incluir também a Coronavac entre as vacinas que devem ser compradas para imunizar a população. O produto foi desenvolvido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, órgão ligado ao governo paulista de João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro.
O governo federal ainda corre atrás de seringas e agulhas. A pasta lançou somente nesta quarta-feira, 16, edital para compra de 330 milhões de unidades destes produtos para as campanhas de vacinação contra a covid-19 e sarampo em 2021. A indústria nacional afirma que desde julho alerta o governo sobre a necessidade de antecipar essa compra.