Mulheres vilhenenses estão pagando pelo serviço em áreas privadas enquanto materiais ficam parados
A indicação foi realizada no dia 28 de setembro de 2018, na Câmara de Vereadores de Vilhena, pedindo um médico especialista na área de ginecologia para auxiliar na implantação do dispositivo intrauterino (DIU) para jovens adolescentes e mulheres da cidade que buscam o tratamento gratuito.
Segundo a Vereadora Neide Ikino (PV), que realizou a indicação, há postos de saúde que podem ser usados para isso. “Há já um Posto de Saúde para realização de serviços como esse, que é o João Luís, e como ainda não está pronto, existem outros Postos de Saúde, inclusive um que foi colocado para funcionar até às 22h00min, poderia ser ele ou outro, temos várias alternativas a serem estudadas”.
O QUE É O DIU?
O dispositivo intrauterino é um aparelho em formato de Y que é implantado no útero da mulher, liberando substâncias que o torna um local hostil para o espermatozoide, impedindo uma fecundação e evitando a gravidez.
O DIU costuma durar de cinco a dez anos, onde após esse tempo deve ser trocado. Atualmente existem dois tipos de DIU: o Mirena (hormonal) e o de cobre. Ambos têm o mesmo princípio de ação, causando alterações no útero, porém o DIU de cobre usa de seu material para isso, enquanto o Mirena utiliza hormônios.
Além de ter uma eficácia de 97%, segundo indica estudos, o tratamento com o DIU pode ser interrompido com a ajuda do ginecologista, caso a mulher esteja preparada e queira ser mamãe. Efeitos colaterais são observados na forma de disfunções do organismo como o aumento de cólicas e sangramento durante as menstruações.
OBJETIVOS DA INDICAÇÃO
Neide Ikino, vereadora suplementar de Vilhena na área da saúde, enfermeira e atuante dessa área há vários anos, realizou a indicação sob a explicativa de que as jovens (principalmente adolescentes) tendem a ter que lidar com a gravidez indesejada cada vez mais cedo.
Ela apontou um grande agravamento dessa situação, alegando que apenas as palestras preventivas não estão sendo suficientes. Somando-se isso a pouca demanda no setor de anticoncepcionais, e ao fato de que o Programa Familiar está sendo desvalorizado no município, uma questão de saúde pública acaba se instaurando, com crianças de treze ou quatorze anos grávidas e sendo mães.
A SOLUÇÃO INDICADA
“Esse projeto foi indicado, porque os médicos que atendem hoje na cidade não estão fazendo o trabalho de implantação de DIU na mulher, devido à grande demanda que eles têm e sua insuficiência em quantidade para atender a todas – não sobra tempo”, Neide afirmou, apontando a necessidade de um novo profissional ginecologista para tratar apenas dessa questão de prevenção de gravidez na área da implantação do DIU.
Ela conta ainda que há disponibilidade de materiais, mas falta mão-de-obra e dedicação de mais atenção a essa questão. “Existem no CER, aparelhos e os próprios materiais DIU para implantação, mas o que acontece é que as mulheres estão pagando os médicos para colocar. E esse serviço da colocação de DIU é um atendimento que o SUS deve fazer, está nos protocolos do Ministério da Saúde”.
Texto: Mizellen Amaral
Fonte: Folha de Vilhena
Foto: Ilustrativa/Divulgação