A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (4) a Operação Caedes, que visa prender integrantes de uma facção criminosa em Porto Velho. Segundo as investigações, o grupo é responsável por pelo menos seis homicídios na capital nas últimas semanas. Entre os presos da ação está uma advogado, flagrado com droga dentro de casa.
Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e cinco de prisão temporária. Dois dos alvos de mandado de prisão já estavam em presídio. Os outros três também foram presos em flagrante por porte ilegal de arma e por estarem com motos roubadas usadas nos homicídios.
Um advogado com registro da Paraíba foi alvo de busca e apreensão na operação. Na casa dele foram encontrados cerca de 3,5 quilos de maconha e uma arma de fogo adaptada. A prisão em flagrante foi acompanhada por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O inquérito que resultou na operação de hoje apurava a morte de um barbeiro no dia 2 de janeiro, na Zona Sul de Porto Velho.
Os integrantes do Primeiro Comando do Panda (PCP) diziam que a morte foi motivada porque a vítima integrava a facção rival, o Comando Vermelho, mas a delegada do caso, Leisaloma Carvalho, afirma que não há nenhum indício de que o barbeiro participasse de ações criminosas.
“A vítima teria se envolvido com uma adolescente e essa adolescente teria um relacionamento amoroso com um dos investigados e também com outro investigado que está preso e não teria gostado dessa situação. Na manhã do dia desse homicídio teve outro homicídio de um dos integrante do PCP e na noite do mesmo dia essa vítima foi morta como se fosse uma represália à morte do homicídio da manhã”, explicou.
Nome da Operação
O nome Caedes é uma referência à expressão em latim que significa matança ou abate. “Justamente porque está ocorrendo uma matança que estava acontecendo em Porto Velho nos últimos 60 dias. Nós observamos que os últimos homicídios ocorridos na cidade era vítimas de uma facção supostamente rival a uma outra”, disse Leisaloma.
A delegada explica que o objetivo da facção com as mortes é a ocupação dos espaços do crime, na capital.
“Tudo se define na guerra pelo poder, pelo espaço dentro da criminalidade. Muitas vezes não há nenhuma relação entre as pessoas que são mortas e as vítimas que os matam. Na verdade por ser a vítima integrante de outra facção, eles já se sentem no direito de ir lá e matar”.
Durante a coletiva de imprensa, a Leisaloma também explicou que a facção é dividida entre missionários e despachadores. Os missionários recebem as ordens do presídio para matar pessoas da facção rival.
“Eles usavam duas pessoas pra poder praticar o crime, motos roubadas e chegavam no local e efetuavam o abatimento dessa vítima, que a gente traduz pelo nome da operação. Eles comemoravam a morte pelo grupo do Whatsapp da facção”.
Em pelos menos três homicídios foi usada a mesma arma, de calibre 32. Um dos investigados tem pelo menos seis homicídios atribuídos a ele na delegacia.
“A audácia era tremenda que um desses após ter matado a vítima da barbearia utilizou o celular da vítima inclusive postando foto no perfil da rede social dele”, revelou.
A operação foi realizada pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Vida com apoio da Delegacia de Patrimônio, Departamento de Narcóticos e Polícia Militar.