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Universidade Federal: curso de Jornalismo entra em extinção em Vilhena e será transferido para Porto Velho

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Universidade Federal de Rondônia (UNIR), campus de Vilhena (Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)

A reunião que decidiu pela extinção do curso de Jornalismo na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), campus de Vilhena, aconteceu nesta quarta-feira (17) em Ji-Paraná.

O processo está correndo em tramitação desde 2016, quando a proposta de mudança do curso para a cidade de Porto Velho, foi colocada em pauta pelos professores doutores Sandro Adalberto Colferai, Allysson Viana e Maíra Bittencourt através de uma comissão instituída para apresentar a proposta de transferência do curso.

O procedimento de extinção do curso foi decidido pelo fato de que, sob muitos aspectos e dados analisados, ficou claro a necessidade maior de um curso comunicacional na capital do Estado, onde haverá um amparo para tanto.

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Sandro Adalberto Colferai, professor doutor e membro da comissão que apresentou a proposta de transferência do curso (Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)

Convidado a explicar o processo de extinção e transferência do curso, Sandro Adalberto Colferai, professor doutor, vice-chefe de departamento e um dos membros da proposta de mudança, concedeu uma entrevista sobre o caso na manhã de quinta-feira (18), na direção da UNIR, campus de Vilhena.

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DOS MOTIVOS

Entre motivos diversos apontados pela proposta da mudança do curso de Vilhena para Porto Velho estão três principais pontos, explicados por Sandro: diminuição de interesse pelo curso e evasão, a implementação das novas diretrizes do jornalismo e a qualificação dos professores que estão lecionando no momento.

Segundo o professor a busca pelo curso de Jornalismo na cidade vilhenense tem sofrido uma queda muito brusca, “já foi um curso que chegou a ter sete ou oito candidatos por vaga, e nas últimas duas entradas sequer conseguimos fechar turma. Eram oferecidas cinquenta vagas por ano, e essas vagas não estavam sendo preenchidas”. Isso, somando-se à grande evasão dos alunos em poucos semestres foi um grande impacto para a Universidade que gasta em torno de R$ 120 mil com professores qualificados.

Qualificação essa que também foi apontada por Colferai como um dos motivos da proposta. Com a capacitação dos profissionais que estão na UNIR hoje, programas de pós-graduação são uma impossibilidade no campus de Vilhena, devido à logística (com distâncias grandes entre os polos de comunicação). “A necessidade de realizar constantemente eventos e garantir a interação com outros centros [polos de pós-graduação] deixa muito claro que aqui em Vilhena haveria uma grande dificuldade para instalar e manter um curso de comunicação”.

Por fim, o terceiro motivo dos quais compõe os pontos defendidos na proposta da comissão está a implementação das novas diretrizes do jornalismo que, além de tornar obrigatórias 200 horas de atividades complementares que envolvem participação acadêmica, ainda conta com 200 horas de estágio obrigatório.

“Esse foi um dos pontos que se somou à evasão e à baixa procura. O aluno precisa ir para um jornal seja ele TV, portal de notícias, rádio, etc., tendo que cumprir 200 horas de estágio supervisionado”, Sandro afirmou ao relatar a necessidade de pelo menos 5 profissionais formados e registrados para supervisionar um aluno, enquanto o que está acontecendo em Vilhena é na verdade a supervisão de cinco alunos por profissional formado, tornando precária a oferta de estágio no município.

DOS PRAZOS

Ainda conforme Sandro, a previsão de abertura da nova turma de Jornalismo em Porto Velho é de, somente, 2020. O professor explica que a transferência dos professores de Vilhena para Porto Velho deve acontecer gradualmente, respeitando os alunos que precisam concluir a graduação no município do Cone Sul.

“A última turma terá o prazo normal, desde o princípio. A previsão normal de conclusão de curso é final de 2020, então o curso fica ativo em Vilhena para atender as necessidades desses alunos até final de 2022, isso está previsto e detalhado no plano de extinção”.

Colferai explicou ainda que a transferência gradual dos professores não influenciará nas questões acadêmicas dos trabalhos de conclusão do curso (TCC). O quantitativo de profissionais em Vilhena, até o final de 2020 deverá ser suficiente para orientar os formandos, e caso necessário, nada impedirá que o aluno entre com um pedido junto ao Departamento Acadêmico de Jornalismo e peça orientação a professores transferidos para Porto Velho.

Da mesma forma acontecerá a transferência dos laboratórios, “a proposta é que a infraestrutura que existe em Vilhena seja deslocada para Porto Velho conforme ela deixe de ser necessária aqui e passe a existir lá”, usando-se de alternativas firmadas através de parceria com órgãos como a Assessoria de Comunicação à Distância, caso os laboratórios não cheguem a tempo de corresponder a uma possível demanda em Porto Velho.

DOS TRÂMITES E DISPOSIÇÕES

“Essa foi a terceira tentativa de fechamento [do curso] em Vilhena, para abrir em Porto Velho, as outras duas por uma série de razões acabaram não sendo efetivadas”, narrou o professor, relembrando que o processo de extinção de curso em Vilhena é necessário simplesmente por questões técnicas.

“Formalmente não existe essa figura junto ao MEC de transferência de curso de um município para o outro. É preciso que um seja extinto e outro criado”. Da mesma forma, Colferai relata uma impossibilidade de manter o curso nos dois campus devido ao alto custo de uma infraestrutura satisfatória em laboratório, que beira os 5 milhões de reais, “mesmo que o jornalismo pareça ser um curso simples para se instalar, a plena estrutura dele é muito cara. Então é muito difícil manter duas estruturas dessas, principalmente quando você vê que em um desses lugares a demanda é muito baixa”.

Sandro ainda esclareceu que a decisão da extinção do curso não foi tomada de forma esporádica e monocromática pelos professores que propuseram a transferência. A decisão passou pelo Conselho Departamental, o Conselho de Campus, depois foi levada para a Câmara de Graduação da Universidade que faz parte do CONSEA, e ontem quando foi de fato batido o martelo para a extinção foi aprovado pelo Conselho Superior Acadêmico.

O professor finalizou afirmando que um novo curso poderá sim ser pensado na esfera das preferencias da população local para implantação na UNIR de Vilhena, mas “o que existe formalizado hoje é um compromisso da administração superior da UNIR de até o encerramento definitivo do curso de Jornalismo, em 2022, haver o encaminhamento de um novo curso para cobrir essas cinquenta vagas oferecidas”.

 

Texto: Mizellen Amaral
Fonte: Folha de Vilhena
Fotos: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena

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