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Autismo: os pré-conceitos a respeito desse transtorno que está ganhando cada vez mais espaço na população infantil de Vilhena

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“Nós preferimos nos referir aos pequenos com autismo dessa forma, pois quando se fala ‘criança autista’ a pessoa se atém somente ao transtorno, e quando você fala ‘criança com autismo’, lembramos que além do autismo existe uma criança com potencialidade”, disse Iara de Assis, orientadora educacional na parte do período matutino e professora do AEE

Foto: Divulgação

O Dia Internacional de Conscientização do Autismo, celebrado no dia 02 de abril, se tornou um momento especial de atividades desenvolvidas para que as pessoas possam se conscientizar e ter contato com esse transtorno que, gradualmente, vem ganhando espaço entre as crianças do município de Vilhena.

A cidade conta hoje com 76 crianças autistas diagnosticadas inseridas nas salas do ensino regular e sendo atendidas nas salas de recurso multifuncional, segundo Leonira Rodrigues, gerente pedagógica da educação especial da SEMED. Essas salas de recurso estão divididas entre 25 escolas, algumas com recursos próprios e outras vindas do Governo Federal, com cerca de trinta e oito professores atendendo. Leonira em entrevista ao FOLHA comentou: “estamos alarmados, pois a cada dia estão aumentando muito os números de autismo”.

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Leonira Rodrigues, gerente pedagógica da educação especial da SEMED (Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)

Caracterizado principalmente pela complicação da evolução de aspectos como a linguagem, dificuldade de comunicação, o próprio desenvolvimento cognitivo, e a interação social, o autismo ainda representa um desafio para pais e educadores que, juntos e em posse do diagnóstico, procuram fazer o máximo para conseguir integrar essas crianças dentro dos ambientes sociáveis e ajudar no progresso comunicacional dos pequenos.

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A gerente pedagógica comenta também sobre a possível realização de um grupo de pais de alunos com autismo, para que estes possam expor suas dificuldades e conhecer um pouco mais sobre outras pessoas que também lidam com esse transtorno e desenvolverem um nível de aprendizado compartilhado a respeito do seu dia a dia.

Iara de Assis, orientadora educacional na parte do período matutino e Rosanea Lucas da Silva, professoras, Dirce Donadon Batista e Márcia Silva, diretora e vice da EMEF Professora Vilma Vieira (Foto: Mizellen Amaral/Folha de Vilhena)

Iara de Assis, orientadora educacional na parte do período matutino e professora da EMEF Professora Vilma Vieira, explica que o autismo não se caracteriza apenas por esses aspectos, dizendo: “embora essas sejam as principais características ele também se difere por graus: nós temos o autismo desde o modo leve até o severo, então fica um tanto difícil elencar quais são as características, pois elas podem variar de criança para criança. Mas os principais sintomas para diagnóstico são voltados para a dificuldade de comunicação e da interação social”.

Rosanea Lucas da Silva, professora da escola, comenta que as crianças com autismo tem uma forma diferenciada de aprender. Segundo ela, muitas vezes as pessoas confundem a falta de interação e a dificuldade de manter o olhar fixo com falta de atenção, coisa que na prática não é real. “É imaturo dizer que uma criança com autismo não está aprendendo, porque ela tem um poder de absorção muito além dos neurotípicos”, ela afirma, “quando se tem uma criança autista dentro de uma sala de aula, ela está aprendendo a todo momento, porque tem uma visão fotográfica que os neurotípicos não tem. A visão fotográfica faz com que esse aluno aprenda de uma forma diferente, então é isso que faz com que a inclusão da criança autista seja tão beneficente tanto para ela quanto para os outros”.

A orientadora da escola também informou que uma sala para o atendimento educacional especializado está sendo pensada e concretizada enquanto projeto especialmente para receber alunos com autismo, visto que essas crianças tem um grau de absorção ampliado e muitas informações em um único ambiente acarretaria em uma sobrecarga no aprendizado infantil. Atualmente a instituição está atendendo um aluno com o transtorno, e dispõe de duas professoras especializadas para tal encargo.

Rosanea enfatizou igualmente a importância dos pais no processo de desenvolvimento do potencial no progresso comunicacional e interacional. Ela evidenciou a questão de os pais promoverem atividades extracurriculares com os filhos em áreas como as terapias ocupacionais, acompanhamento psicológico e fonoaudiólogo, que se tornam essenciais para ajudar no desempenho escolar que é observado em sala.

Um pit-stop realizado na Avenida Major Amarantes no dia da Conscientização (02/04) pela Secretaria Municipal da Educação, entregou cerca de mil panfletos, contando com a participação de doze professores e a gerente pedagógica, Leonira. Portando faixas eles se reuniram no semáforo das sete às nove, recebendo a colaboração de todos os que passavam.

Iara e Rosanea mencionaram ainda o envolvimento que a nova gestão escolar está desempenhando no auxílio de projetos que possam contribuir para a realização de um trabalho notável com essas crianças, além da gratidão e da felicidade de poder se fazer presente e vistos de forma tão distinta em uma ação desse porte.

Leonira Rodrigues finalizou a entrevista declarando a gratidão que traz os trabalhos idealizados a partir de conscientizar a população, como o pit-stop realizado, dizendo: “hoje nós temos que ter um olhar fazendo o trabalho de conscientização da sociedade para que isso não seja visto como uma deficiência, ou como uma doença. O autismo é um déficit que precisamos sim estudar mais, porém eles são tão capazes quanto os demais”.

 

Texto e Fotos: Mizellen Amaral

Fonte: Folha de Vilhena

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