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Planalto São Luiz: pais e alunos continuam em protesto contra sistema de vídeo aula


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Na última terça-feira, 23, apenas quatro alunos estiveram assistindo aula na unidade escolar. Secretária Regional diz que pais serão responsabilizados pelas faltas dos alunos 

O impasse entre os pais, alunos e um projeto do Governo do Estado vem trazendo transtornos aos moradores do Distrito Planalto São Luiz, em Cabixi, localizado no Cone Sul de Rondônia.

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Após a implantação do Projeto de Educação com Intermediação Tecnológica aos alunos do ensino médio da Escola Estadual Planalto em substituição ao ensino regular que até então era ofertado na unidade escolar e que não ganhou a aprovação da comunidade, pais e alunos estão em protestos na rede de ensino, em que, mais de 95 % dos estudantes se recusam adentrar as salas de aula.

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Este programa do Governo é uma rede de serviços de comunicação multimídia que integra dados, voz e imagem para atender alunos que residem em localidades distintas, de difícil acesso ou com deficiência em profissionais com formação especifica me determinadas áreas de ensino, porém, para os pais dos alunos do Distrito, o projeto conhecido como EMITEC – Ensino Médio com Intermediação Tecnológica é incapaz de ofertar uma educação de qualidade para os estudantes, fomentando a mercantilização do ensino no estado.

No início desta semana, os pais dos alunos do ensino médio se reuniram na escola, juntamente com toda a comunidade em busca de um acordo para que o projeto não seja executado na escola. Segundo o pai, Dercy, a Secretária Regional de Educação do Estado, Oracira Godinho esteve nas dependências da escola e saiu em defesa do projeto, negando qualquer acordo com os pais.

O protesto conta com o apoio do Prefeito do município Izael Dias Moreira e vereadores que já encaminharam ofício a Secretária Estadual de Educação Fátima Gavioli informando o descontentamento de pais e alunos com o projeto. Outro ofício foi encaminhado a Deputada Estadual Rosangela Donadon para que interceda junto a SEDUC para que projeto seja retirado da unidade escolar.

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O protesto conta com o apoio do MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores que também são contra o projeto que insere a vídeo aula e retira o professor da sala de aula.

Nossa reportagem entrou em contato com a Secretaria Regional de Educação Oracira Godinho que nos informou que uma equipe da SEDUC se deslocou até o Distrito para conversar com os pais.

Oracira informou que o projeto atenderá apenas oito alunos do 1° ano do Ensino Médio, e somente foi inserido este programa na rede escolar, devido à falta de professores.

“Para ter professor no local tem que haver concurso. Os contratos temporários estão vencendo e não há margem para renová-los. Por ser um local distante, não há como obrigar outros professores para darem aula naquela escola, não querem”, disse a secretária, informando também que é de extrema responsabilidade dos pais a falta dos alunos na sala de aula.

“Eles não tem amparo legal, se isso continuar, após três faltas consecutivas à escola terá que notificar o Conselho Tutelar”, ressaltou.

Oracira defende o projeto e diz que há vantagem no programa, “é um professor para cada seguimento, além de ser obrigatória a presença de um tutor em sala de aula, sanando dúvidas dos alunos. Esta foi a única forma que o Governo encontrou para continuar atendendo os alunos daquela região”, finalizou.

As alunas Andressa Silva e Lucilene Ferreira do 1°Ano do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Planalto escreveram o seguinte texto em protesto ao projeto determinado.  

Vídeo aula por iniciativas da Seduc contra decisão de pais a alunos

No inicio do ano letivo 2016, foi implantado o sistema de educação a distância através de vídeo aulas na Escola Planalto no município de Cabixi -RO . Projeto este criado pelo governo do estado do Amazônas para escolas de difícil acesso como, por exemplo, aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas.

Nós, alunos do 1° ano, não concordamos que tirem nossos professores.

De acordo com funcionários da Seduc de Vilhena que acham que é uma boa forma de ensino, discordando totalmente tanto de nós alunos como de nossos pais. Alegam que isto é apenas um oferecimento do Governo, no entanto, se é apenas um oferecimento, nenhum de nós somos obrigados a aceitar.

Nós alunos do 1° ano assistimos a aula no dia 18/02/2016 e não concordamos que essa seja a melhor forma de aprendizagem, no dia da vídeo – aula houve  um problema,  falha na gravação  tivemos que pular boa parte da aula. Diante disso nós alunos nos sentimos prejudicados, por não ter alguém formado na área da disciplina para esclarecer dúvidas dos assuntos citados na aula. Devido o tempo em frente à televisão alguns alunos reclamaram de dores de cabeça, nas vistas entre outros, são diversas as dificuldades, não temos tempo durante a aula, fica difícil copiar e assistir ao mesmo tempo. Por ser aula em tempo real não temos como sair no meio da aula para beber água entre outras necessidades, em períodos de chuva corre-se o risco de ficarmos sem aula devido ser canal de tv aberto.

Por não concordar com esse método de ensino para a nossa escola, para a nossa realidade, nós alunos fizemos uma reunião, juntamente com os pais e diante dessa situação chegamos a conclusão de que será muito difícil o aprendizado e que estaremos em greve e só retornaremos a escola quando as aulas voltarem a ser presencial como antes.

Fonte: Folha de Vilhena

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