A situação está cada vez mais caótica em relação à educação pública no município de Vilhena , nossa reportagem esteve visitando a escola Ivete Brustolin para registrar alguns dos problemas existentes na rede educacional
Em algumas escolas municipais de Vilhena, o fato de o ventilador estar estragado é apenas um detalhe, afinal o município é conhecido como “Cidade Clima”. Não se sabe ao certo se é medo de perder o cargo, ainda mais quando alguns servidores estão em período probatório, ou se realmente as crianças devem se acostumar com o “calor” que vem fazendo na cidade.
Mas além dos ventiladores, a Escola Municipal Ivete Brustolin está passando por momentos de provações, por parte dos alunos, professores e demais servidores que precisam saber lidar com as dificuldades que o ambiente vem oferecendo.
“A escola está sem reservatório de água, quando acaba água no bebedouro as crianças tomam água da rua, naquela torneira ali”, apontando para um tanque velho, num local completamente sem segurança a funcionária que não será identificada realiza um pequeno tour pelas dependências da escola e mostra a nossa reportagem falhas que para alguns olhos podem ser minúsculas, mas que faria muita diferença se não existisse em um colégio que atende a educação infantil.
“Ventilador aqui é caso sério. A prefeitura troca com frequência, mas param de funcionar em menos de um mês. Sabe por quê? Fizeram um prédio novo, mas utilizaram as instalações antigas, a fiação tudo velha”, o assunto abordado é devido à quantidade de aparelhos queimados que a escola possui. Na maioria das salas, que também não possuem ventilação pelas janelas minúsculas, os ventiladores estão queimados. “Após o recreio isso aqui vira uma loucura, as crianças ficam molhadas de suor e a sala vira uma sauna. Se pela manhã é assim, imagina no período vespertino?”, desabafou uma professora.
“A escola já recebeu três ares condicionados, dez estão na SEMED, porém, se nem os ventiladores estão aguentando, imagina os ares?”, disse a servidora. A funcionária revelou também que apesar da escola ter ganhado os ares condicionados, ela precisa arcar com a instalação e também a mão de obra, pois a prefeitura informou que não possui verba para realizar a instalação dos mesmos.
“O pátio da nossa escola, onde é o nosso refeitório está simplesmente destelhado”, na primeira chuva com ventania que o município de Vilhena recebeu nestes últimos dias a escola teve parte do seu telhado arrancado pelo vento. Por duas vezes a equipe de manutenção da Prefeitura foi até o local e realizou os reparos, porém, na chuva que ocorreu na semana passada, o vento jogou longe boa parte do telhado além de derrubar muitas telhas sobre as mesas onde as crianças realizam suas refeições. “Graças ao nosso bom Deus, no momento da chuva não tinha ninguém no pátio. A prefeitura veio trocar mais uma vez, mas a escola não autorizou até a visita de um Engenheiro e para segurança das nossas crianças, quando o tempo fecha, começa a ventar e dar sinais de que a chuva vai cair, nenhum professor sai da sala de aula com as crianças”, disse a funcionária.
Em dias de sol, as crianças precisam encontrar uma sombra para poder lanchar tranquilo, já em dias de chuva a escola ainda não sabe como vai lidar com o impasse, ressaltando que a temporada de chuva está apenas começando.
O banheiro também entrou na lista de prejuízos e problemas que a escola enfrenta. “Na semana passada vieram apertar os vasos sanitários porque estavam soltos, mas dá uma olhada nessa porta, vê se nossos cadeirantes conseguem entrar aqui?”, mostrando o pequeno espaço a servidora ainda revela que “vira e mexe” a equipe de manutenção vai até a escola para colar as placas de mármore que “esperamos que essas peças nunca caia sobre nossos alunos”, ressaltou a servidora. Além de mal planejado, o material é de péssima qualidade.
“Dedetização!! Depois de muito insistir e esperar a escola recebeu uma dedetização nos últimos dias, mas ainda assim as baratas tomam conta da escola, em especial da cozinha”, no momento em que realizávamos esta matéria, passamos ao lado da cozinha e realmente o cheiro forte de barata que sai das caixas de gordura toma conta do ambiente.
A situação da escola Ivete é apenas mais um caso que registra a maneira com que a atual administração vem trabalhando e se dedicando à educação do município. Outras duas escolas que também ganham destaque no quesito DESCASO são as escolas Progresso e Tenente Melo que também são exemplos de abandono.
O jornal Folha de Vilhena abre espaço, caso a administração municipal queira se manifestar sobre a situação da escola.
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Texto e Fotos: Jesica Labajos