
Um boto-cinza fêmea foi encontrado morto na quinta-feira (21), na orla de Macapá, próximo ao Trapiche Eliezer Levy. O animal media cerca de 1,40 metro e apresentava ferimentos causados por lâmina e sinais de emalhe em rede de pesca.
Os detalhes do resgate foram divulgados neste sábado (23) pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa). A coleta foi feita pelo órgão com apoio do Instituto Federal do Amapá (Ifap), após acionamento da Guarda Civil Municipal.
“Deu para constatar o afogamento pela condição do pulmão, com sinal de enfisema, um líquido dentro… inclusive, quando a gente abriu a traqueia, saiu líquido do pulmão. O estômago estava bem repleto e o alimento bem pouco digerido, como se ela tivesse acabado de se alimentar antes de morrer”, detalhou Sabioni.
Apesar de ser um animal de água doce e não estar entre as espécies-alvo do projeto, o atendimento serviu como capacitação para novos integrantes da equipe.
Como a gente vai ter uma segunda fase agora do projeto, tem algumas pessoas novas na equipe, então já foi feita uma capacitação na necrópsia desse animal”, disse o veterinário.
O boto-cinza será incluído na coleção biológica do Iepa.
Sobre o projeto
O Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC) foi criado em 2024 como exigência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para liberar pesquisas geológicas da empresa TGS nas bacias do Pará-Maranhão e Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.
As ações incluem o monitoramento de praias para identificar encalhes de baleias, botos e golfinhos, além de atividades de educação ambiental em comunidades locais.
Por Rafael Aleixo, g1 AP — Macapá