
Um dos maiores esquemas de roubo e fraude da história do agronegócio mato-grossense foi escancarado pela Polícia Civil nesta terça-feira (24), durante a Operação Safra 3. Um empresário do ramo de transportes, tratado como peça-chave da quadrilha, planejou saquear R$ 15 milhões do BNDES para bancar uma operação criminosa que já vinha devastando propriedades rurais e enchendo cofres particulares com dinheiro sujo.
“As investigações comprovam uma teia criminosa altamente organizada, que usava corrupção, roubo e lavagem de dinheiro para saquear produtores e enganar o sistema financeiro nacional”, disse o delegado Gustavo Colognesi Belão, responsável pelo caso.
O esquema envolvia recrutamento de funcionários das fazendas, incluindo gerentes, balanceiros e operadores, que permitiam o carregamento de caminhões fantasmas. Depois, as cargas eram “esquentadas” em empresas de fachada, com notas fiscais frias emitidas para parecer tudo legal.
A GCCO descobriu ainda movimentações bancárias suspeitas — depósitos de até R$ 210 mil para parentes de outros criminosos, numa engrenagem de lavagem de dinheiro que se estendia por diversos estados.
O empresário preso será indiciado por organização criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e furto qualificado. O delegado já adiantou que novas prisões e bloqueios milionários devem acontecer nos próximos dias.
O caso expõe como a criminalidade vem se infiltrando no agro e transformando o furto de grãos em um negócio clandestino de proporções bilionárias.