A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) multou a Prefeitura de Vilhena em mais de R$ 5 milhões por conta da manutenção irregular de um depósito de lixo a céu aberto que está dentro do perímetro urbano. O valor da multa, que ultrapassa R$ 5 milhões, foi registrado em auto de infração datado de quarta-feira, 4 de junho, e responsabiliza diretamente à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
O local que motivou a penalidade é conhecido como “Buracão da 135”, uma área na Linha 135- Perimetral, que há anos vem sendo utilizada para descarte irregular de resíduos de todos os tipos — desde entulhos e restos de móveis até animais mortos. Moradores da região e reportagens anteriores já haviam alertado para a gravidade da situação ambiental e sanitária no local.
Mesmo após recomendações da própria Sedam em 2023, a prefeitura não conseguiu resolver o problema. A administração chegou a instalar câmeras e cercar a área, mas o local continuou sendo utilizado como destino de lixo — inclusive pela própria prefeitura. No mesmo dia em que a multa foi aplicada, um caminhão da Secretaria de Obras foi flagrado despejando resíduos no local, reforçando o descaso com as normas ambientais.
O atual secretário municipal de Meio Ambiente, Damasceno Serafim, afirmou que vem tentando buscar soluções, como firmar parcerias com indústrias locais para reaproveitamento de materiais e implantar um galpão para armazenamento de até 10 toneladas de itens recolhidos pela prefeitura. Apesar disso, as medidas ainda não surtiram efeito prático visível.
A multa milionária escancara a falta de gestão eficiente no controle de resíduos sólidos em Vilhena. O município, além de não fiscalizar adequadamente o uso da área, também contribuiu diretamente para a degradação ambiental, o que agravou a penalidade imposta pelo órgão estadual.
Agora, enquanto tenta recorrer da punição, a Semma pede apoio à própria Sedam para resolver um novo problema: o mau cheiro que atinge diversos bairros da cidade, causado por grandes empresas da região. A crítica velada à falta de estrutura da prefeitura mostra que o município não possui meios técnicos nem humanos para lidar com questões ambientais de grande porte — um alerta que precisa ser levado a sério por gestores e população.
Folha de Vilhena
Vídeos: Nelson Soares