Órgão municipal explica que decisão de transferir a paciente não foi uma falha da estrutura local, mas sim uma resposta rápida e responsável diante de um caso delicado
Com profundo pesar, a Secretaria Municipal de Saúde de Vilhena presta esclarecimentos sobre o trágico acidente ocorrido hoje, 18 de abril de 2025, que vitimou cinco pessoas, incluindo uma gestante de 18 anos, seu bebê, uma médica, um motorista, e deixou duas pessoas feridas (leia mais AQUI ).
ENTENDA O CASO
Na última semana, a equipe de saúde da Maternidade de Vilhena recebeu e atendeu a paciente, que chegou ao hospital com 32 semanas de gestação vinda da cidade de Alta Floresta do Oeste, queixando-se de dores abdominais, contrações irregulares e sintomas urinários.
Após avaliação médica e exames especializados, foi identificado um quadro de anidramnia — ausência de líquido amniótico — uma condição grave que exige atenção imediata, pois compromete a segurança e a vida do bebê dentro do útero.
Além disso, a paciente apresentava histórico de comorbidades, o que elevava a complexidade do caso e exigia monitoramento intensivo.
Por conta da gravidade e da idade gestacional entre 32 e 33 semanas, o parto cesariano era indicado. No entanto, recém-nascidos prematuros com menos de 38 semanas, especialmente os com peso inferior a 2.500g, frequentemente necessitam de cuidados especializados, como suporte em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo), para garantir sua sobrevivência e desenvolvimento saudável.
Apesar de Vilhena ser um dos poucos municípios do estado de Rondônia que dispõe de UTI Neonatal, no momento do atendimento não havia vaga disponível na UTI Neonatal (a unidade está com lotação total), o que impossibilitou a realização do parto na cidade.
Diante disso, e com o objetivo de oferecer o melhor cuidado possível para o bebê, a equipe médica optou pela transferência da gestante ainda com o feto na barriga e o governo estadual abriu vaga na cidade de Porto Velho para o atendimento — uma decisão clínica feita por profissionais médicos especializados que era, e é, mais segura do que realizar o parto e transportar o recém-nascido em estado delicado de prematuridade.
A transferência foi feita com todo o suporte necessário, seguindo os protocolos de transporte de alto risco e em consenso com a equipe médica, a paciente e sua família, sendo disponibilizado um veículo em perfeitas condições de uso (ambulância UTI) que era dirigido por um experiente motorista do quadro de servidores do município de Vilhena.
É importante destacar que o Sistema Único de Saúde (SUS) é organizado em redes regionais e hierarquizadas de atendimento, nas quais os serviços de maior complexidade — como cirurgias especializadas e terapias intensivas neonatais — costumam estar concentrados em cidades-polo como Porto Velho e Vilhena.
A descentralização dos atendimentos é um desafio permanente dos sistemas estaduais e municipais de saúde, que seguem trabalhando para garantir o acesso e a qualidade do atendimento, mesmo nos casos de maior complexidade.
A decisão de transferir a paciente não foi uma falha da estrutura local, mas sim uma resposta rápida e responsável diante de um caso delicado que demandava atenção especializada.
A Prefeitura de Vilhena, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, reforça seu compromisso com a vida e com a integridade dos pacientes, adotando sempre as melhores condutas clínicas com base na ciência e na ética profissional.
Todos os familiares das vítimas do acidente estão recebendo total apoio e assistência, tanto por parte do Governo do Estado de Rondônia quanto da Prefeitura Municipal de Vilhena. A profissional de saúde que sobreviveu ao acidente, uma enfermeira da rede municipal, está sendo acompanhada de forma integral e encontra-se em tratamento no Hospital João Paulo II, em Porto Velho.
“Este é um momento de muita dor e angústia para as famílias, amigos, colegas e trabalhadores da saúde, que perderam seus entes queridos e companheiros de missão e, junto com a sociedade, o SUS ainda procura entender o ocorrido. É preciso, mais do que nunca, respeito, empatia e solidariedade”, pontou a secretaria.
Fonte Assessoria