Vilhena (RO) é o município que teve o maior aumento em casos de homicídio em 2024 no estado, de acordo com o relatório divulgado pelo Observatório Estadual de Segurança Pública. O município registrou, de janeiro a maio, um aumento de mais de 46% em casos de homicídio comparados com o mesmo período de 2023.
Em 2024, Rondônia registrou 188 homicídios, contabilizando um aumento de 4.44% em relação ao mesmo período de 2023. De acordo com relatório, nos primeiros meses deste ano, Vilhena (RO) contabilizou 19 homicídios.
Porto Velho é a cidade mais violenta do estado, de acordo com o relatório. Este ano, 77 mortes violentas foram registradas e no mesmo período em 2023 foram 68 casos. Mesmo com o alto número de casos, o aumento registrado entre os anos não foi exorbitante e marca 13.24%.
De acordo com o especialista em segurança pública Rodolfo Jacarandá, a violência no estado vem aumentando e 2024 já é considerado um ano de grande preocupação pelo aumento da violência no interior, especialmente no sul do estado.
O especialista explica que um dos fatores que contribuem para esse aumento nos casos de homicídios na região é o aumento do comércio global de cocaína, pela facilidade de escoamento da droga pela fronteira da Bolívia e Peru, onde esses grupos criminosos vêm aumentando o domínio.
“O sul de Rondônia é particularmente vulnerável porque funciona como uma espécie de cruzamento de rotas. Grande parte das apreensões de cocaína no estado é feita em Vilhena e cidades da região”, destaca Jacarandá.
Ele diz ainda que o efetivo policial no estado vem apresentando baixa nos últimos anos e, por isso, é necessário um reforço. Estudos apontam que a média nacional é de um Policial Militar (PM) para cada 21 km, enquanto em Rondônia, cada policial é responsável por cerca de 48 km, mais que o dobro.
“O reforço policial é importante para combater o avanço das facções em Rondônia, mas não pode ser apenas o policiamento repressivo. É necessário aumentar a capacidade de investigação para desarticular, desarmar e retirar a capacidade econômica desses grupos”, explica Jacarandá.