A irmã de Edilene Vieira da Silva, morta e enterrada numa cova de três metros em Ji-Paraná (RO), falou sobre a dor da família em reviver todo acontecimento. O principal acusado do crime é o ex-vereador Obadias Ferreira da Silva, que está sendo julgado pelo Tribunal do Júri nesta terça-feira (7).
Em entrevista à Rede Amazônica, Lucilene Vieira falou que o julgamento em Ji-Paraná tem sido de dor.
“Pra gente não tá sendo fácil viver tudo isso de novo, passar por isso, relembrar o que a gente viveu dois anos atrás. A Edilene era uma pessoa incrível, deixou filhos e uma família que sofre muito a perda dela”, afirma.
O júri de Obadias acontece no Fórum de Ji-Paraná e teve início às 8h30, com a escolha das sete pessoas sorteadas para compor o Tribunal do Júri.
Para protestar e pedir justiça pela morte de Edilene, os parentes e amigos da vítima vestiram camisetas que tinham a foto da vítima estampada e mensagens de apoio.
O ex-vereador Obadias responde por três crimes: estelionato sentimental, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Mais de cinco testemunhas já foram ouvidas no julgamento, entre elas a irmã da vitima e um policial que investigou o caso. Ainda não há um horário previsto para o encerramento do Tribunal do Júri.
O estelionato e o assassinato
O ex-vereador Obadias Ferreira da Silva foi preso após entrar em contradição, em julho de 2021, durante uma operação da Polícia Civil na cidade de Ji-Paraná, que investigava o sumiço de Edilene Vieira da Silva.
Enquanto respondia perguntas dos agentes de polícia, o político confessou que matou Edilene e enterrou o corpo na frente da casa de campo da família, em uma cova de três metros de profundidade.
Segundo denúncia do Ministério Público, Obadias tinha um relacionamento extraconjugal com a vítima e durante dois meses obteve vantagens pecuniárias indevidas da vítima, com valores que chegam a R$ 40 mil. O ex-vereador teria convencido Edilene a fazer vários empréstimos bancários com a promessa de que eles iam passar a viver juntos como casal.
No dia 13 de abril de 2021, Obadias teria atraído a mulher até a chácara de sua família e, usando de violência, matou a amante asfixiada com uma rede.
Depois de matar a vítima, o acusado cavou um buraco de três metros na frente de casa e enterrou o corpo, que só foi encontrado três meses depois, quando a polícia já investigava o desaparecimento de Edilene.
Por: G1RO