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Em três dias, operação explode 121 dragas usadas no garimpo ilegal no rio Madeira; vídeos


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Operação deflagrada pela Polícia Federal já chega ao terceiro dia. Garimpeiros e familiares fazem protestos em Porto Velho contra a ação.

Subiu para 121 o número de balsas destruídas na operação da Polícia Federal (PF) para combater o garimpo ilegal no rio Madeira, entre Rondônia e o Amazonas.

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A operação foi iniciada na última quarta-feira (12), em Porto Velho, e não tem prazo para ser finalizada. Isso porque agentes e fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão percorrendo o leito do rio para fiscalizar e apreender as balsas clandestinas, conhecidas na região como dragas.

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Na maioria dos flagrantes a polícia tem usado dinamites para explodir as dragas e assim torná-las inutilizáveis. Segundo a PF, a destruição é necessária por não ser possível guardar, transportar ou apreender os equipamentos das embarcações.

O principal objetivo da operação é “desestruturar organizações criminosas que lucram causando prejuízos ambientais com a mineração, modificação do curso natural do rio, destruição da vegetação ribeirinha e interrupção de canais de água”.

Na quarta-feira, no primeiro dia de ação, foram destruídas 81 embarcações usadas por garimpeiros para extrair ouro do rio.

No novo balanço, divulgado nesta sexta-feira (14), a PF afirma que o número de balsas destruídas subiu para 121.

“Essa é uma medida autorizada por lei de modo a inviabilizar, a interromper a prática criminosa que aflige tanto a fauna quanto a flora, e também o mais grave é a contaminação de seres humanos. Principalmente pelo mercúrio que é utilizado para extração, para o processamento do ouro. Não sendo possível a apreensão e a guarda dessas balsas, a lei determina que elas sejam destruídas para que o crime não persista”, diz o superintendente da PF em Rondônia, Rafael Fernandes Souza.

Protestos após operação

No mesmo dia em que a Operação “Lex Et Ordo” foi deflagrada, garimpeiros e seus familiares fecharam um trecho urbano da BR-319, em Porto Velho. Eles protestavam contra a ação realizada pela PF.

Durante o ato, pneus foram incendiados na estrada que dá acesso ao Porto Organizado e à ponte sobre o rio Madeira, que liga Rondônia ao Amazonas. Filas de carros e carretas foram formadas dos dois lados da via esperando pela liberação da BR.

Somente após mais de três horas de bloqueio a rodovia foi liberada, quando motoristas forçaram a passagem por entre os manifestantes.

Porém, na tarde do dia seguinte, quinta-feira (13), os manifestantes fecharam outra via da Capital. O bloqueio foi feito na Estrada do Belmont, que dá acesso a portos e distribuidoras de combustíveis.

O trecho foi fechado com pneus, pedaços de madeiras e restos de eletrodomésticos. A Polícia Militar esteve no local, mas a interdição permaneceu e já chega no segundo dia. Até a última atualização desta matéria, não havia previsão para desinterdição da via.

Também na quinta-feira, um chefe de fiscalização do Ibama, em Rondônia, procurou a Polícia Federal depois de ter o número de telefone e fotos divulgados em um grupo de garimpeiros. Ele denuncia que recebeu mensagens que passam tom de intimidação.

“Essas pessoas se sentem empoderadas e querem enfrentar o poder público. Você acaba trabalhando em permanente alerta. Aquilo que a gente tratava simplesmente como infração administrativa, a gente já começa a lidar com um crime velado. Sempre existe a possibilidade de que alguém vai lhe fazer algum mal ou a sua família”, finaliza.

Rio Madeira

O rio Madeira fica na bacia do rio Amazonas e banha os estados de Rondônia e do Amazonas. O rio é considerado uma Área de Proteção Ambiental (APP), e não tem a atividade de garimpo permitida no local.

O garimpo ilegal no rio Madeira é um problema antigo. No ano passado, a PF afundou 154 dragas nessa mesma região em Rondônia.

Em outra ação, a PF encontrou 300 dragas enfileiradas formando uma cidade flutuante, próximo ao município de Altazes, no interior do Amazonas.

Por: G1/RO

 

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