Em maio de 2022, Cacoal (RO) registrou dois casos de leishmaniose e mais de dez cães foram sacrificados por conta da doença. Além disso, um caso suspeito está em investigação. De acordo com a Agevisa (Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia), os casos registrados em Rondônia foram detectados na zona rural de Cacoal. Após o diagnóstico, as famílias foram isoladas e tratadas.
Nesse sentido, o Diário da Amazônia conversou com o Dr. Cipriano, dermagastro. De acordo com o médico, as regiões mais propensas a terem casos de Leishmaniose são as zonas rurais. Isso devido a proximidade com animais silvestres.
“A leishmaniose tegumentar é adquirida quando o homem invade a floresta. Então ele é picado pelo mosquito palha e de duas semanas a dois meses, que é o período de incubação, o paciente pode apresentar uma bolinha vermelha. E vai aumentando de tamanho progressivamente. À medida que a bolinha vermelha aumenta de tamanho, ela tende a virar uma úlcera”, explicou.
Tratamento
Além disso, é fundamental que o paciente procure o quanto antes ajuda médica. Bem como evitar maiores complicações como a deformação do rosto.
“A tendência é que essa úlcera vá aumentando de tamanho. E pode ficar por um período indeterminado de tempo. Ela só vai curar com o tratamento. A maior complicação que pode acontecer com o paciente não tratado é a migração da leishmaniose para a mucosa nasal. Ou seja, para o nariz. E nesse caso o paciente pode evoluir para destruição nasal”, explicou o Dr. Cipriano, dermagastro.
De acordo com o dermagastro, o tratamento é feito com medicamentos específicos. Além disso, pode ser feito até mesmo em uma UBS (Unidade Básica de Saúde).
“O tratamento é feito com medicamentos específicos receitados pelo médico. Há dois medicamentos que não exigem a internação do paciente. Com isso o paciente fica em casa e vai receber a medicação em um posto de saúde ou em um hospital”, disse.
Quais cuidados tomar?
De acordo com a Fiocruz, as leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania. Em suma, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que ataca órgãos internos.
Ainda de acordo com a Fiocruz, a transmissão ocorre quando uma fêmea do mosquito palha infectada de flebotomíneo passa o protozoário a uma vítima sem a infecção, enquanto se alimenta de sangue. Tais vítimas, além do homem, são vários mamíferos silvestres.
“O primeiro cuidado é a pessoa não ir para a floresta. Se a leishmaniose está nos animais silvestres e o mosquito palha se alimenta do sangue desses animais o mosquito fica infectado. Com isso o mosquito pode transmitir a doença ao homem.”, explica o Dr. Cipriano, dermagastro.
Fonte: Diário da Amazônia