Segundo delegado, agente público ficou descontente com decisões de magistrada em Ouro Preto do Oeste. Na casa de policial penal foi apreendido álcool e material usado no incêndio criminoso.
A Polícia Civil informou nesta terça-feira (31) que prendeu um policial penal suspeito de incendiar propositalmente o depósito de construção de uma juíza do Tribunal de Justiça na cidade Ouro Preto do Oeste (RO).
Segundo investigação conduzida pelo delegado Niki Locatelli, o policial penal planejou o atentado contra a magistrada após ficar ‘descontente’ com uma decisão judicial.
“O investigado teve um descontentamento com decisões proferidas pela magistrada em um processo que o policial é demandado em uma ação de cobrança. Há cerca de quatro anos esse policial criticou uma decisão da juíza em soltar um preso”, explicou o delegado ao g1.
O atentado contra o empreendimento da juíza aconteceu na madrugada do último dia 18 de maio. Na ocasião, o agente público usou uma moto para ir ao bairro Colina Park, onde jogou líquido inflamável na estrutura de madeira e ateou fogo no depósito do residencial que a juíza está construindo.
O depósito de construção foi totalmente destruído pelas chamas. Após o crime, de acordo com o delegado Niki, a polícia conseguiu identificar o autor do fato e pediu judicialmente pela prisão preventiva do homem. Imagens de câmeras do bairro Colina Park ajudaram na investigação.
O mandado de prisão contra o agente público foi cumprido na última segunda-feira (30). Na casa dele foram apreendidos dois frascos de álcool em gel e o material utilizado para incendiar diferentes da obra da juíza.
A Polícia Civil não tem dúvida que a conduta criminosa do policial penal buscava causar temor e dano patrimonial à juíza. Ao ser interrogado na delegacia, o servidor público confessou o crime.
Ao g1, o delegado Niki informou que o inquérito segue em andamento e o suspeito deve responder na Justiça por crime de incêndio doloso e coação no curso do processo.
“O ato praticado se traduz em uma clara tentativa de intimidação não só ao trabalho da magistrada, mas a toda instituição Poder Judiciário, já que a conduta criminosa foi baseada em irresignação à decisão judicial, daí a gravidade concreta do crime de modo a justificar sua prisão preventiva”, afirma o delegado.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) para saber se o policial penal foi afastado do cargo, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
Por: G1/RO