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Pai detalha conversa com suspeito antes de achar filha morta em RO: ‘ele tava bebendo vodka tranquilinho’


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(Foto: Reprodução/Facebook)

Uma semana após o assassinato de Laryssa Victória, o g1 teve acesso a detalhes de conversas que o pai da adolescente, Carlos Aparecido Rossato, teve com o suspeito, Ronaldo dos Santos Lira, antes de encontrar a filha enterrada.

“Ele tava sentado tomando vodka no sábado como se nada tivesse acontecido, como se ele não tivesse nem visto nada, ‘de boa’, tranquilinho”, relembra.

Entenda

Laryssa Victória saiu de casa da noite de sexta-feira (18) para se encontrar com amigas. Ao g1, o pai da menina contou que a última mensagem que recebeu dela foi às 2h23 do sábado (19). Ele tentou entrar em contato com ela às 3h04, mas ela já não recebia mensagens ou ligações.

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“Saí pra rua pra procurar ela, porque ela nunca foi de passar do horário. Cheguei em casa 5h da manhã procurando, mas não consegui achar. Pensei que ela devia ter saído com uma amiga e de lá foi dormir pra casa da amiga”, comentou.

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Na tarde do sábado Laryssa ainda não havia chegado em casa e Carlos decidiu sair de novo pra procurá-la. Nesse dia ele também começou a divulgar o desaparecimento da menina nas redes sociais e registrou o caso na polícia.

Em contato com amigos e moradores de Ouro Preto, Carlos descobriu que Ronaldo dos Santos Lira teria se oferecido para levar Laryssa em casa, alegando ser “amigo da família”.

O pai da vítima revelou que o suspeito tinha proximidade com sua ex-mulher, mãe de Laryssa. Eles já chegaram a trabalhar juntos e o suspeito frequentou a casa dela algumas vezes.

“Ela [a Laryssa] já conhecia ele. Ele aproveitou dessa situação, já que tinha amizade, ela já tinha certa confiança nele por ser amigo da mãe dela, pra poder levar ela“, aponta.

“Bebendo vodka ‘de boa’”

Quando descobriu que Ronaldo poderia ter sido a última pessoa a ver Laryssa, Carlos decidiu ir conversar com ele e encontrou o suspeito sentado na calçada de uma tabacaria “tomando vodka no sábado a noite como se nada tivesse acontecido”.

“Ele falou ‘ah rapaz ela chegou mesmo ontem aqui comigo embriagada, trocando as pernas’, mas eu tinha olhado as câmeras e ela não tava trocando as pernas bêbada”, comenta.

“Eu perguntei se ele tava disposto a procurar ela e ele falou que faria qualquer coisa pra poder achar ela”.

Na conversa, Carlos começou a desconfiar que Ronaldo estava escondendo algo porque seus relatos do que aconteceu pareciam confusos. Ele teria dito que levou Laryssa até certo ponto do caminho e de lá ela foi embora com dois rapazes.

“E pedi pra ele ir na polícia comigo falar onde foi que você deixou ela certinho, pra gente ter um ponto de referência e procurar em volta. Ele falou que ia, mas primeiro precisa entrar em contato com o advogado porque só ia com advogado”, relembra o pai.

Últimas imagens antes do crime

O g1 teve acesso a dois vídeos que mostram o momento em que Laryssa saiu de uma conveniência com o suspeito e outro gravado quase duas horas depois, quando eles transitavam nas proximidades da casa dele.

No primeiro vídeo, a vítima sai andando normalmente, nem necessidade de apoio. Já o segundo mostra Laryssa cambaleante, quase caindo e sendo puxada por Ronaldo.

A Polícia Civil investiga se a adolescente foi drogada.

Corpo encontrado

O corpo de Laryssa foi encontrado no domingo (20), enterrado no quintal da casa de Ronaldo dos Santos Lira. Ele foi preso em flagrante pelo assassinato e permanece detido desde então.

De acordo com a polícia, o corpo de Laryssa tinha mais de 20 perfurações na região do pescoço e marca de estrangulamento, possivelmente feito com um cadarço ou fio.

Ronaldo é muito conhecido no meio político da região central. Ele era assistente social, líder jovem do partido político que fazia parte e chegou a concorrer uma vaga para vereador no município em 2016.

Dor da perda

Quase uma semana após o crime, Carlos diz que busca Justiça pela filha enquanto lida com o luto.

“Quando você perde alguém da família, seja por qualquer “morte natural”, até pode ser mais compreensível, mas não dessa forma que foi feito com ela sabe? A brutalidade, a crueldade que ele usou e o tanto que ele ficou cínico fingindo que não era ele, frio“, comenta o pai.

Em casa, ele diz que sobrou o vazio e que as palavras não conseguem descrever de comoção. “Hoje entrar dentro de casa, olhar para cama dela e não enxergar ela…”, Carlos não finalizou a frase, pois começou a chorar.

FONTE: G1RO

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