Em 2021, desmatamentos e invasões afetaram as Terras Indígenas (TI) de Rondônia onde vivem povos isolados. A TI Uru-Eu-Wau-Wau está entre as que mais apresentaram alerta, totalizando uma área de 340 hectares de floresta derrubada.
Os índices são do boletim anual do Sistema de Alerta de Desmatamento em Terras Indígenas com Registros de Povos Isolados (Sirad), realizado através do Instituto Socioambiental (ISA).
Outro dado apontado no relatório, é o crescimento da destruição na TI Massaco, localizada entre Alta Floresta D’Oeste e São Francisco do Guaporé. Se comparado ao ano anterior, o desmatamento na área cresceu 263%.
A Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, que acompanha as denúncias dos povos indígenas, aponta que nos últimos anos houve um “enfraquecimento dos órgãos públicos de fiscalização” que faz com que os desmatadores e grileiros se sintam “protegidos e empoderados”. A ONG ressalta ainda que a invasão das terras onde vivem os povos isolados é gravíssima.
“Certamente coloca em risco a vida dos indígenas com risco de genocídio”, aponta Ivaneide Bandeira, indigenista que lidera a Kanindé.
TI Uru-Eu-Wau-Wau
A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau é a que apresentou mais focos de incêndio em 2021. Junho e julho foram os meses mais marcantes, tanto em focos de calor quanto no desmatamento geral. Conforme o Sirad, a maior parte da área desmatada é transformada em pastagem ou destinada à grilagem.