Mães de crianças internadas no Hospital Cosme e Damião, em Porto Velho, denunciam que a unidade de saúde não tem mais vagas para atender pacientes que precisam da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Com a filha intubada e esperando vaga na UTI, Viviane Zanadini, que é Buritis (RO), relata que o pouco efetivo de profissionais da saúde, além da falta de leitos no hospital, está causando uma demora no atendimento para sua filha.
A falta de uma sala para realizar o isolamento de pacientes é pontuado por profissionais do hospital, pois uma criança que está infectada precisa ser isolada. Sem esse local, o paciente pode acabar infectando outros.
Este é o caso do filho de Graciele. O filho dela foi transferido de Ariquemes para Porto Velho, pois está gripado.
O menino, que ainda aguarda uma vaga na UTI, está intubado e de acordo com a mãe, ele tem contaminado outras crianças que estão na mesma ala.
“Ele está contaminando outras crianças que chegaram por aqui. Meu filho precisava estar isolado, mas aqui não tem vaga nem pra receber outras crianças. Uma criança já morreu aqui. O hospital está lotado. Os corredores e a sala de emergência estão cheios. As crianças estão ficando contaminadas aqui”, diz.
Além da falta de UTIs, outra reclamação feita pelas mães é quanto ao fato de crianças infectadas com gripe e Covid 19 estarem dividindo a mesma enfermaria.
Segundo Alini Torlai, que é mãe de uma bebê internada no Cosme e Damião, denuncia que até as acompanhantes das crianças estão se infectando com a Covid dentro da unidade, que é de responsabilidade do governo do estado.
“Nós estamos com uma mãe na enfermaria positivada para Covid desde o domingo (16). Estamos desde ontem cobrando posicionamento da direção do hospital e não temos resposta nenhuma. Queremos saber se essa mãe vai ser isolada, para não colocar em risco outras crianças. Qual decisão a direção do hospital vai tomar. Infelizmente essas crianças estão em risco, pois são pacientes em situação crônica, que precisam de ventilação mecânica”, denuncia.
UTI lotada
Ao g1, um profissional do hospital contou que as vagas da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Cosme e Damião não são adaptadas para receber pacientes que precisam ser intubados.
O hospital tem dois leitos de emergência, três leitos de semi-UTI e todos estão ocupados com pacientes em estado grave.
“O paciente da emergência 2 tem o quadro de influenza e e não há sala de isolamento no hospital. Com isso, a criança contaminou os pacientes da emergência 1”, disse.
Além do baixo número de profissionais da saúde, o hospital não tem maca para receber nenhuma criança que chegar. Então, os pacientes em estado grave com gripe ficam juntos das outras crianças, que não estão com a doença.
O que diz o estado?
Em nota ao g1, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que seis crianças estão sendo transferidas para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da região, sendo uma para o hospital regional de Cacoal e cinco para leitos da rede privada, contratada emergencialmente pela Sesau.
Por: conesulacontece