Foi sancionada pelo prefeito Eduardo Japonês nesta semana a lei que cria o Programa Municipal de Distribuição de Absorventes Higiênicos, de autoria da vereadora Clérida Alves e aprovado pelos demais vereadores. A iniciativa deve beneficiar cerca de 850 estudantes da rede municipal de ensino de Vilhena que enfrentam a pobreza menstrual, ou seja, não têm condições de adquirir os itens básicos de higiene para este período.
“Este é um problema muitas vezes silencioso, que é remediado das maneiras mais tristes possíveis pelas adolescentes. Vamos apoiar elas com essa iniciativa ótima da vereadora Clérida, em conjunto com a Educação municipal. Com esse projeto poderemos proporcionar às estudantes direito à boa higiene, evitar a evasão escolar durante o ciclo menstrual e zelar pela saúde física delas”, assegura o prefeito Eduardo Japonês.
Clérida Alves destaca como vai funcionar a iniciativa. “A distribuição dos absorventes será feita a partir das reais necessidades de cada estudante, beneficiando aquelas que são de baixa renda. O Poder Executivo irá designar a um setor da unidade educacional a responsabilidade pela triagem de cada estudante, com a finalidade de averiguar a situação econômica da estudante e se há necessidade de ser atendida pelo programa. É uma ação que vai, com certeza, melhorar muito a qualidade de vida e saúde de centenas de jovens de nossa cidade”, revela.
A secretária municipal de Educação, Amanda Areval, revela que nas escolas da zona rural, zona urbana e EJA (Ensino de Jovens e Adultos) muitas poderão se beneficiar. “Esse programa vai fazer a saúde pública chegar de forma mais acolhedora às nossas meninas, porque é algo tão delicado e tão importante nesse primeiro momento da vida menstrual delas. É um projeto que vem ao encontro do que o prefeito sempre fala, que estamos aqui para trabalhar por quem mais precisa de nós. E cuidar da nossa população de forma tão próxima é digno de nota”, completa Amanda.
Ao mesmo tempo, a Secretaria Municipal de Assistência Social já trabalha em processo de aquisição de absorventes para incluir em todas as cestas básicas que serão entregues como benefício eventual a partir de janeiro de 2022.
POBREZA MENSTRUAL – A higiene menstrual é um direito humano reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2014. No Brasil, 25% das adolescentes não tem absorventes durante a menstruação. Além disso, 28% das jovens já deixaram de ir às aulas por não terem absorventes e 48% delas esconderam que o motivo foi a falta de absorventes.
Miolo de pão, meias, jornais, sacolas plásticas, roupas velhas, algodão e filtro de café são algumas das alternativas que meninas e mulheres em pobreza menstrual encontram para lidar com o sangramento da menstruação. Ainda outras que até conseguem comparar absorventes acabam precisando ficar dias com o mesmo, facilitando o desenvolvimento de infecções e doenças ginecológicas.
Fonte: Assessoria SEMCOM