Uma empregada doméstica vai receber mais de R$ 300 mil de indenização em acordo homologado, nesta quinta-feira, pela Justiça do Trabalho. Depois de denúncia anônima, ela foi resgatada de situação de trabalho análogo à escravidão, à qual foi submetida por 25 anos em São José dos Campos (SP).
Aos 13 anos, a mulher começou a trabalhar para a família da mãe da última “empregadora”. Na última casa, prestou serviços entre setembro de 1996 até resgate (2021). Segundo as apurações, por mais de duas décadas, ela foi impedida de convivência social e trabalhava em jornada exaustiva, de segunda a domingo.
Era levada nas viagens da família. Sobre salário, o empregador disse que era pago em conta corrente da mãe da vítima, com quem ela não mantinha contato próximo. Ou seja, na prática, ela não recebia nada.
A proposta de indenização foi construída com a participação da Defensoria Pública da União, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Federal.
A mulher de 46 anos vai receber R$ 200 mil para a compra de uma casa e 80% do valor relativo aos salários dos últimos cinco anos de trabalho, o que corresponde a cerca de R$ 70 mil. A conciliação também garantiu uma pensão no valor de um salário-mínimo pelo período de cinco anos, entre outros.