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RO: familiares denunciam falta de alimentação especial e atendimento médico para paciente com Parkinson


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(Foto: Ilustrativa)

A família de Geralda Soares do Nascimento, de 82 anos, denuncia que a idosa, diagnosticada com a doença de Parkinson, está há meses sem receber do Governo de Rondônia a dieta especial nasoenteral, que é sua única fonte de alimentação, além do atendimento médico domiciliar, segundo relato de familiares ao g1.

“A gente está se virando como pode, vendendo até as coisas de dentro de casa para poder comprar a alimentação dela”, revela a filha Maria Domingas, de 49 anos.

De acordo com a família, Geralda foi internada no meio deste ano com uma infecção grave. Após cerca de um mês, os médicos a liberaram sob os cuidados do Serviço Assistencial Multidisciplinar e Domiciliar (Samd) que é oferecido pelo Estado.

Por estar muito debilitada, ela se alimenta somente através de sonda com uma nutrição especial normalmente também cedida pelo governo. Nos primeiros meses os serviços teriam sido prestados corretamente, mas pouco tempo depois começaram a faltar.

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Maria Domingas diz que a mãe está acamada, não consegue mais andar e precisa de especialistas como fonoaudiólogos, fisioterapeutas e de alguém para trocar curativos e auxiliar nos cuidados diários.

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“O neurologista falou que se fizesse o tratamento certinho nela, ela poderia voltar a andar, mas como não tem um fisioterapeuta vai ficar difícil”, conta.

A família paga consultas, quando necessário, compra medicamentos e a alimentação especial para a melhora da mãe, mas não conseguem arcar os custos por muito tempo. Eles chegaram até a contratar uma pessoa para ajudar nos cuidados médicos. Segundo Maria, ela tentou contato com o governo várias vezes, sem sucesso.

O que diz o governo?

g1 entrou em contato com o Governo de Rondônia para entender o motivo da falta do serviço. Em nota, o governo explicou que o papel do Samd é “fazer a prescrição médica e o laudo do nutricionista aos pacientes. A responsabilidade da busca da dieta é do cuidador paciente”. E acrescentou que geralmente o paciente não é desligado do programa e sim transferido para atenção básica.

“Caso o paciente torne a desenvolver alguma patologia que a saúde da família não consiga tratar, o Samd readmite o paciente no programa novamente mediante de encaminhamento do médico assistente da saúde da família ou se caso ele esteja internado, o médico visitador do hospital solicita a avaliação do Samd no leito antes que ele saia do hospital”, consta na explicação.

Até agosto de 2021, o Samd realizou 148.916 atendimentos domiciliares.

Caso recente

Antônio Oliveira morreu aos 70 anos após meses lutando contra o câncer. Ele também enfrentou a falta de alimentação cedida pelo governo. O caso foi denunciado pelo filho, Fernando Oliveira.

Através de uma ação da Justiça do Estado, ele conseguiu garantir o direito de receber a alimentação e por meio da decisão, uma ação civil pública foi ajuizada com o objetivo de beneficiar outros 750 pacientes que também dependiam da alimentação.

No entanto, de acordo com Fernando, quando o serviço voltou a ser oferecido, o pai já tinha perdido sete quilos e estava bem desnutrido.

A família de Geralda contou ao g1 ter achado que, após a decisão envolvendo esse paciente, a mãe também voltaria a receber a alimentação, o que não aconteceu.

Fonte: G1RO

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