As cinco pessoas assassinadas a tiros em uma chacina na Fazenda Vilhena (RO), foram identificadas pela Polícia Civil. Os corpos das vítimas foram encontrados na quinta-feira (14) após sobreviventes conseguirem escapar do cativeiro e pedirem ajuda a vizinhos.
A região onde ocorreu a chacina é conhecida por ser uma área de conflito agrário, a 700 quilômetros da capital Porto Velho. Entre os mortos estão os donos da fazenda, e três funcionários.
Veja abaixo os nomes das 5 vítimas:
- Heladio Cândido Senn, 73 anos, conhecido como “Nego Zen” (dono da propriedade)
- Sônia Biavatti, 55 anos, (esposa de Heladio)
- Oederson Santana, 34 anos (funcionário)
- Jhonatan Rocha Borges dos Reis, 21 anos (funcionário)
- Amagildo Severo, de 53 anos (funcionário)
Execução e tortura
Segundo relato de sobrevivente à Polícia Civil, Heladio e Sonia estavam jantando na noite de quarta-feira (13) quando a casa foi invadida.
Na ocasião, o dono da fazenda foi levado para uma sala separada, onde foi torturado. Há indícios de que ele teve o coração arrancado com um facão.
Ainda segundo a polícia, a mulher do fazendeiro e os três funcionários foram levados para a varanda da casa, colocados de joelho e executados com tiros na nuca.
Na fazenda também estavam mais duas crianças, menores de 10 anos, e a esposa de um dos funcionários executados. Eles foram trancados em um dos quartos da casa durante a noite e só conseguiram sair na manhã de quinta-feira após quebrarem uma janela.
A mulher e as crianças andaram por 15 km pela zona rural até que conseguiram pedir socorro. Foram eles que chamaram a polícia.
2ª chacina na mesma fazenda
Essa foi a segunda chacina no mesmo local em pouco mais de cinco anos.
Em 2015, cinco pessoas também foram mortas na fazenda. Na ocasião, um homem foi atingido com um tiro nas costas. Ele fingiu que estava morto, sobreviveu e ajudou à Polícia Civil nas investigações do crime.
Segundo a polícia, o crime teria sido motivado por uma disputa de terras.
Em 2017, os réus Eber Maciel da Costa e Marlos de Souza Cândido, acusados de participação na chacina da fazenda Vilhena, foram condenados a 20 anos de reclusão em um novo julgamento.
Eles foram absolvidos pelo Tribunal do Júri em setembro de 2016, mas o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) entrou com recurso e o julgamento foi anulado.
Por: Maely Nunes/Rede Amazônica