O Ministério da Saúde apresentou nesta sexta-feira (08/10) o planejamento da campanha de vacinação contra a covid-19 de 2022. O plano é imunizar com uma dose de reforço todas as pessoas entre 18 e 59 anos e com duas dose os maiores de 60 anos e imunossuprimidos (aqueles cujos mecanismos normais de defesa contra infecção estão comprometidos).
Também há a possibilidade de ampliar o público-alvo da campanha, caso um imunizante seja aprovado para crianças com menos de 12 anos.
Uma das principais diferenças em relação à campanha de 2021, é que a imunização deixará de seguir o critério de grupos prioritários para considerar a vacinação por faixa etária decrescente.
Para a campanha, serão necessárias 354 milhões de dose, em um investimento de R$ 11 bilhões. Segundo o governo, serão adquiridas 120 milhões de doses da AstraZeneca e 100 milhões da Pfizer. Outros 134 milhões de doses serão de saldo de contratos de 2021.
Plano não prevê CoronaVac
A CoronaVac, vacina desenvolvida pela empresa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo, não entrou no planejamento de novas aquisições do governo.
De acordo com o Ministério da Saúde, a escolha pelas vacinas levou em conta o fato de que AstraZeneca e Pfizer-BioNTech terem registro definitivo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, considerou-se o custo-efetividade dos imunizantes de tecnologia “Recombinante” e “RNA mensageiro”, e também por já estarem integradas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, justificou a decisão afirmando que a CoronaVac, assim como a Janssen, ainda é utilizada no Brasil com autorização da Anvisa para uso emergencial. Dessa forma, assim que a pandemia for declarada encerrada, essa autorização deixará de existir.
“A figura da autorização para uso emergencial, seja medicamentos ou vacinas, só faz sentido em um ambiente pandêmico. Portanto, quando se decreta o fim da pandemia, ou da Emergência em Saúde Pública de importância Nacional, a chamada ESPIN, deixa de existir essa figura. Como a gente está falando em 2022, tudo isso deve ser considerado no nosso processo de planejamento”, explicou Cruz.
A CoronaVac foi o primeiro imunizante a ser aplicado no Brasil, sendo fundamental no começo da campanha de vacinação, ainda em janeiro, e é segundo imunizante mais utilizado no Brasil, com 75,1 milhões de doses.
Sobre o registro definitivo da CoronaVac, o Instituto Butantan divulgou nota afirmando que a Anvisa recebeu, no dia 20 de novembro de 2020, a primeira parte da documentação necessária para oficializar o pedido de registro definitivo.
“A partir dessa data, iniciou-se a discussão sobre as metodologias utilizadas, o que fez com que houvesse esse atraso nos resultados dos testes de imunogenicidade. Se tivesse havido consenso nos métodos propostos pelo instituto, o processo já estaria concluído, e o registro definitivo da CoronaVac já teria sido concedido. No momento, com o objetivo de sanar a questão, o Butantan fechou um acordo com a Sinovac para que as análises complementares de imunogenicidade sejam realizadas em parceria com o laboratório. As amostras já foram enviadas para análise no padrão requerido pela Anvisa”, acrescentou.
Fonte: (Deustche Welle)