Após várias assembleias virtuais realizadas ao longo de três dias, os trabalhadores da educação de Rondônia decidiram não retomar as aulas presenciais marcadas pelo Governo do Estado para o próximo dia 9. O movimento “Greve Sanitária” começa a partir da próxima segunda-feira (2).
Segundo informou o Sintero, a decisão é válida em todas as localidades onde houver convocação da categoria para voltar as atividades presenciais. A categoria defende a continuação da oferta do ensino remoto aos estudantes rondonienses.
A principal reivindicação é que as aulas presenciais retornem somente a partir do dia 15 de outubro, quando os trabalhadores em educação estiverem imunizados com a 2ª dose e/ou dose única das vacinas e com a preservação do prazo para garantir maior eficácia contra o vírus”.
De acordo com o Sintero, ‘espera-se ainda que até a data, Rondônia eleve o índice de pessoas vacinadas, visto que, atualmente o percentual da população que completou o ciclo de imunização é de 13,47%. Destaca-se que a porcentagem é considera baixa pelos pesquisadores da área da saúde que estimam que cerca de 70% da população deveria estar imunizada para garantir proteção eficaz ao vírus e impedir que o mesmo se dissemine através de transmissão comunitária. A grande preocupação deve ser justificada pelo fato das crianças e adolescentes não estarem incluídos na campanha de vacinação e, portanto, não estarem imunes ao novo coronavírus, podendo contribuir para que haja uma nova onda de contaminação no Estado”.
Os profissionais reivindicam ainda adequações nas estruturas físicas das escolas, com cumprimento dos protocolos de biossegurança, orientados pelas autoridades sanitárias que atuam no combate à Covid- 19 e, que incluem manutenção dos ambientes ventilados, distanciamento social respeitando a distância mínima de 1,5 metros entre as mesas e cadeiras, limpeza constante de móveis e superfícies das escolas, entre outros. A decisão dos trabalhadores baseia-se também no número insuficiente de técnicos educacionais que garantam a higienização antes e após utilização dos banheiros e bebedouros, conforme orienta o MEC.
Sintero informa que defende fiscalização nas instituições de ensino de todos os municípios, antes do retorno presencial, com manifestação dos órgãos competentes para que atestem se o ambiente educacional tem condições de receber toda a comunidade escolar sem oferecer riscos à saúde. “A mesma defesa é feita quanto ao transporte escolar, que deve ser vistoriado pelo Detran até o dia 15 de agosto. O Sintero solicita maior publicidade do Poder Público quanto ao resultado das inspeções, de forma que seja indicado se a frota dispõe dos equipamentos de segurança obrigatórios e sanitários no interior dos veículos.”
Durante as assembleias, os trabalhadore relataram que há uma alta expectativa e desejo pelo retorno presencial, “pois são inúmeros os desafios referentes ao ensino remoto devido à falta de estrutura que nunca foi oferecida pelo Poder Público, sem mencionar os prejuízos financeiros ocasionados pela necessidade de aquisição dos equipamentos tecnológicos e aumento das despesas domésticas como energia elétrica e internet, que continuam sendo custeados unilateralmente pela categoria. No entanto, os profissionais da Educação mantêm sua posição para que o retorno presencial seja efetivado com condições mínimas de segurança, o que implica a completa imunização e respeito aos protocolos sanitários nas escolas. “
Após deliberação aprovada em assembleias, o Sintero protocolou a notificação à Secretaria de Estado da Educação. E continua orientando aos trabalhadores/as em Educação a não atenderem às convocações para o planejamento do retorno presencial nas instituições pública de ensino, a partir da segunda-feira (2).
“Após enumerarmos todas as nossas reivindicações, os/as trabalhadores/as em educação de todas as Regionais deliberaram em favor da greve sanitária por considerar o momento inoportuno ao efetivo retorno das aulas presenciais. Percebemos durante as assembleias, que nossos companheiros e companheiras estão ansiosos para voltar aos seus postos de trabalho, até porque as condições dadas para atuarmos remotamente foram inexistentes. No entanto, reivindicamos requisitos básicos para preservação da saúde e bem estar a todos os membros da comunidade escolar”, disse Lionilda Simão, presidente do Sintero.