O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesdec) iniciaram nesta terça-feira (15) a Operação Rondônia.
De acordo com a Sesdec, o objetivo da ação é identificar e desarticular organizações criminosas que agem em invasão de terras do estado. Nos próximos dias devem ser cumpridos mandados de busca e apreensão em várias regiões.
Nesta terça-feira, o Ministério da Justiça publicou autorização para a Força Nacional atuar em Rondônia pelos próximos 90 dias e assim auxiliar as ações das forças policiais do estado. A sede da operação será em Porto Velho.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, e o secretário de Segurança Pública, José Hélio Cysneiros Pachá, participaram da cerimônia de lançamento da operação em Brasília.
Em entrevista à Rede Amazônica no Palácio da Justiça, o governador falou que o estado está empenhado em combater organizações criminosas que invadem propriedades particulares.
“O Governo do estado de Rondônia, através dessas forças policiais, tem trabalhado há muito tempo no combate ao crime no campo, pra permitir que haja paz. Entretanto, se utilizando de movimentos sociais, criminosos entram nesses movimentos e causam uma espécie de terror aos produtores [rurais]”, afirma.
Segundo Marcos Rocha, ele fez contato pessoalmente com o ministro da Justiça, Anderson Torres, e com presidente Jair Bolsonaro para solicitar reforço da União no combate das quadrilhas invasoras de terra.
“Nós de pronto fomos atendidos pelo Ministério da Justiça para que a Polícia Federal e a Força Nacional possam estar em conjunto com as forças policiais do estado”, explicou.
Mesmo tendo o apoio da União, a Operação Rondônia será conduzida e realizada pelo governo de Rondônia, através da Secretaria de Segurança Pública. Outras forças federais, como a PRF, também podem ser usadas no cumprimento de mandados.
Na última sexta-feira (11), a Polícia Civil e a Sesdec já realizaram uma operação para prender uma quadrilha que invade e loteia terras no estado. Foram cumpridos 17 mandados de prisão temporária, e mais de 20 ordens de busca e apreensão.
Segundo investigação, a organização criminosa invadia, principalmente, terras privadas na região de São Francisco do Guaporé (RO) e agia sempre da seguinte maneira:
- Primeiro eram mapeados os lotes da área a ser invadida;
- Depois, usando armamento de alto calibre, os suspeitos invadiam a propriedade;
- Após isso, os líderes da organização criminosa ofereciam cotas aos camponeses e investidores mediante pagamento pecuniário, veículos e armas;
- A organização criminosa também prometia a legalização da posse após a tomada da terra;
- Um desses locais prometidos seria a terra Canaã.