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Invasores loteiam Floresta Nacional em RO e criam canal no YouTube para atrair mais pessoas


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Flona (Floresta Nacional) de Jacundá, em Rondônia (Foto: ICMBio)

Um grupo de invasores de terra está loteando parte da Floresta Nacional do Jacundá em Rondônia. Um canal no YouTube chegou a ser criado para atrair mais pessoas para o local, que é uma área de preservação ambiental.

A Flona Jacundá foi criada em 2004 com uma área de 221.217,62 hectares e fica localizada entre Porto Velho e Candeias do Jamari (RO).

Nos vídeos, um homem que se diz presidente de uma associação afirma que o local tem uma igreja evangélica, refeitório e portaria 24 horas. Ele diz que mais de 400 famílias estão acampadas no local esperando estradas serem construídas para os “lotes”.

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“As pessoas pensam que são invasores de terra. Primeiro que isso aqui não é uma invasão, isso não é terra de ninguém, é da União. O Incra já demarcou essas terras e essas terras estão aqui para quem quer cultivar”.

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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que a área é de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Segundo a Lei 4.947, de 6 de abril de 1966, que trata do direito agrário, invadir terras da União com intenção de ocupá-las é crime e pode ser punido com detenção de seis meses a três anos.

Em outro vídeo, o mesmo homem diz que a terra não é uma floresta nacional pois uma empresa tem concessão para retirar madeira do local.

“No mapa está lá Floresta Nacional do Jacundá, porém ela não é. Tanto não é que hoje tem lá a Madeflona, que retira madeira e outros recursos, ela tem concessão. Não existe reserva se pode tirar madeira”.

A Madeflona Industrial Madeireira venceu em 2014 a concessão para realizar o manejo florestal em um total de 87,7 mil hectares da Flona Jacundá. O contrato entre a empresa e o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) é legal e emprega mais de 300 pessoas.

Conforme o ICMBio, a retirada de madeira é realizada de forma sustentável, sendo permitido manejo de apenas 1/30 da área total por ano após a apresentação do planejamento para a safra do ano por meio do Plano Operativo Anual (POA).

O ICMBio disse à Rede Amazônica que está acompanhando a situação e tomando medidas judiciais para a reintegração de posse da região.

O Governo do Estado, o Ministério Público Federal e o Ministério do Meio Ambiente também foram questionados sobre a invasão, mas ainda não se manifestaram.

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