O estado de Rondônia recebeu nesta quinta-feira (27) o reconhecimento internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês).
O estado já era reconhecido como área livre da aftosa pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) desde abril de 2020.
Com a obtenção do status sanitário internacional para Rondônia, os produtores de bovinos apostam na abertura de mais mercados para as carnes bovina e suína do Brasil.
Segundo a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), para que a condição sanitária alcançada seja mantida, o produtor rural precisa seguir com um papel fundamental.
“Tornam-se ainda mais importantes as campanhas de declarações de rebanhos suscetíveis a febre aftosa e, principalmente, a atuação vigilante do produtor, para a pronta notificação ao serviço veterinário oficial sobre qualquer suspeita de doença em seu rebanho”, diz a Idaron.
Para isso, o produtor precisa fazer a declaração do rebanho bovino. Atualmente, a primeira etapa da campanha de declaração obrigatória de rebanhos de 2021 está aberta e segue até 31 de maio (veja aqui como declarar).
Além de Rondônia, os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, parte do Amazonas e Mato Grosso também receberam o reconhecimento internacional como zonas livres de aftosa.
Em um evento online nesta quinta-feira para anunciar a certificação internacional, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que os novos estados reconhecidos se juntam a Santa Catarina, que já tinha o status de livre de aftosa sem vacinação.
Segundo o Ministério da Agricultura, o reconhecimento sanitário livre de aftosa sem vacinação permite que as empresas locais tenham acesso a negociações para exportar a mercados mais exigentes, como os que não aceitam a utilização da vacina em bovinos como garantia que, de fato, não há a doença.
O Ministério da Agricultura tem trabalhado para que todo o território brasileiro seja considerado livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
Quais as vantagens da certificação para Rondônia?
Com o novo selo conquistado, segundo a Idaron, Rondônia deve ter redução de perdas na produção leiteira e de carne; redução de deslocamentos de rebanhos e de manejo; redução das perdas nas carcaças, devido às reações causadas pela vacina; redução da queda em abortos na IATF (Inseminação a Tempo Fixo) e facilitação ao acesso a mercados atraentes do circuito não aftósico.
Rondônia tem o sexto maior rebanho de gado do Brasil, com 14 milhões de cabeças nos pastos.
“A expectativa é que as exportações aumentem e que o ano de 2021 feche com mais de 756 milhões de dólares em exportação de carne. Com o título concedido pela OIE, as exportações devem aumentar substancialmente”.