O estado de Rondônia voltou a registrar crescimento no número de assassinatos. No ano passado, marcado pela pandemia do coronavírus, 420 pessoas foram assassinadas entre janeiro e dezembro. O número é 1,44% maior do que o registrado em 2019 no estado.
Segundo o Monitor da Violência, divulgado nesta sexta-feira (12), junho de 2020 foi o mês com mais mortes violentas no estado, com 45 pessoas assassinadas. Em segundo lugar está outubro, com 44 homicídios.
PÁGINA ESPECIAL: Mapa mostra assassinatos mês a mês no país
Os dados obtidos pelo Monitor, através da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), indicam que no último ano foram 406 vítimas de homicídio doloso. Outras 14 pessoas morreram vítimas de latrocínio e duas por lesão corporal.
Setembro foi o mês com mais casos de roubo seguido de morte, o chamado latrocínio. Foram três casos, sendo um deles o do empresário de 60 anos que foi encontrado morto com mãos e pés amarrados em Porto Velho.
Abaixo, veja a tabela com os registros de mortes violentas em Rondônia, mês a mês:
Para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a alta de mortes violentas indica que não só Rondônia, mas o país num todo perdeu a oportunidade de transformar a redução dos homicídios verificada em 2018 e 2019 em um ciclo virtuoso.
Além da dinâmica do crime organizado e do fato de o Brasil ser uma importante rota de passagem para o escoamento da cocaína para a Europa, o que tem ampliado os conflitos, leis e decretos que afrouxaram o controle de armas provocaram um agravante para o cenário da violência.
Mortes violentas nos últimos anos em Rondônia
Em 2017 foram registradas 508 mortes violentas no estado, entre homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Já em 2018 foram 448 mortes e, em 2019, esse número caiu para 416 assassinatos.
Índice nacional de homicídios
O levantamento, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque há uma dificuldade maior em obter esses dados em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais.