Cerca de 150 policiais civis, militares e ambientais se deslocaram na madrugada desta quinta-feira (8) à fazenda do distrito de Nova Mutum, em Rondônia, para prender o grupo suspeito de emboscar policiais na região, que resultou na morte de dois policiais militares. Até o momento não há presos.
Conforme apurado pela Rede Amazônica, a ação na área, que tem pelo menos 40 mil hectares de mata, pode se estender até a próxima segunda-feira (12). Os cerca de 15 suspeitos de participarem da emboscada têm mandados de prisão em aberto por outros crimes.
Segundo o governo do Estado, a região onde acontece a operação é conhecida por ser uma área de conflito agrário.
Em entrevista coletiva no último domingo (4), o Coronel Plinio, subcomandante da PM, informou que o grupo responsável pela emboscada é de “alta periculosidade, com treinamento de guerrilha”.
“Não podemos dizer que eles fazem parte de movimentos sociais. Ocorre que nessa ação nos deparamos com uma quadrilha organizada. E o estado está tomando todas as medidas necessárias e adequadas. É uma área de conflito agrário”, reforçou o subcomandante.
Entenda o caso ponto a ponto:
- A fazenda onde ocorreu o crime fica na BR-364, no sentido Acre, após Nova Mutum distrito de Porto Velho;
- O primeiro policial morto foi o tenente da reserva José Figueiredo Sobrinho, que pescava com familiares e amigos quando foi abordado pelos criminosos;
- Uma testemunha contou que Figueiredo foi confundido com segurança da fazenda quando o grupo armado encontrou a identificação do PM;
- Figueiredo e os companheiros foram agredidos e o tenente reformado foi levado para o outro lado da estrada e morto com 10 tiros no rosto e no peito;
- O carro do tenente foi incendiado;
- Os sobreviventes deixaram o local e conseguiram pedir socorro em uma comunidade próxima;
- Equipes da PM se deslocaram até a fazenda para resgatar o corpo de José Figueiredo, mas foram emboscados e recebidos a tiros na propriedade;
- O sargento Márcio Rodrigues da Silva e outros quatro militares foram feridos.
- No domingo (4), uma operação da PM retirou o corpo do tenente Figueiredo, confirmou a morte do sargento Rodrigues e resgatou os policiais feridos.
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Investigações
Pelo menos 100 policiais foram deslocados para a região das mortes em uma operação inicial para procurar os criminosos envolvidos nos assassinatos. Segundo a polícia, uma milícia armada que atua na grilagem de terras estaria por trás dos ataques.
O setor de inteligência apurou que a região é de conflito agrário. Em sobrevoo, mulheres e crianças foram avistadas, com isso, a orientação foi para retrair a tropa e garantir que a operação fosse de resgate.
O governador Marcos Rocha garantiu, no domingo (4), que o Estado vai usar a força necessária para prender os autores dos crimes. O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da capital.