Rondônia acumulou 996 focos de fogo detectados pelo satélite de referência Aqua do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre os dias 1º e 7 de outubro de 2020. A quantidade é 643% maior em comparação com igual período de 2019, quando o estado registrou 134 pontos de queimadas.
A alta ainda se estende por todo mês de outubro do ano passado, época em que a região somou exatos 556 focos (o equivalente a 79,1%).
Nesses sete primeiros dias, Rondônia ocupou a segunda posição nacional dos estados que mais tiveram detecção de focos de queimadas, ficando atrás apenas do Pará.
Também foi nesse período que o estado representou 21,2% das queimadas na Amazônia, que registrou 4.692 focos. O ano recorde de focos para Rondônia em outubro foi 2003, já que houve 7.593 pontos de fogo captados pelo satélite de referência do Inpe.
Porto Velho aparece na primeira posição com 218 focos de queimadas entre 1º e 7 de outubro deste ano. Já no ano passado, a capital aparecia no sétimo lugar com apenas nove pontos de chamas, uma alta percentual de mais de 2.300%.
As cinco cidades que mais tiveram focos na primeira semana de outubro de 2020 foram:
- Porto Velho – 218
- Nova Mamoré – 71
- Machadinho D’Oeste – 65
- Alta Floresta D’Oeste – 55
- Alto Paraíso – 46
A capital rondoniense também se destaca no ranking nacional sendo a primeira cidade com maior número de queimadas:
- Porto Velho (RO) – 218
- São Félix do Xingu (PA) – 211
- Xapuri (AC) – 176
- Brasiléia (AC) – 146
- Colniza (MT) – 121
- Altamira (PA) – 108
- Placas (PA) – 98
Dos 996 focos registrados de 1º a 7 de outubro de 2020 em Rondônia, 37 foram detectados em terras indígenas (entre elas as TIs Uru-Eu-Wau-Wau e Karipuna, com um e três pontos de chamas, respectivamente) e outros 132 nas unidades estaduais de conservação.
Segundo Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o aumento no número de focos de queimadas abrange toda Amazônia, pois a queda na quantidade de pontos de chamas em outubro do ano passado é considerada “fora do normal”.
“Se olharmos, por exemplo, os outros anos, com exceção do ano passado, há uma média de mil focos no mês de outubro. Então acredito que aconteceu foi que 2019 esteve muito baixo o número de focos em outubro”, explicou.
Para Ane, o motivo do aumento das queimadas na Amazônia pode envolver dois pontos: se está queimando o que realmente se queimaria em outros anos e um alerta de seca grande em algumas regiões do Brasil. “É preocupante e é preciso observar. Acredito que a chuva é o que pode salvar”.