Caso de recorrência de teste positivo para a Covid-19 em Rondônia é alerta para a saúde pública, e pode ser um dos primeiros casos de reinfecção confirmados no Brasil, contrariando a teoria de que todos os pacientes infectados desenvolveram imunidade contra o vírus. Um policial penal de Porto Velho testou positivo em maio deste ano, e nesse mês de setembro voltou a apresentar sintomas. Em novo exame, ele testou positivo para o coronavírus.
O servidor de 42 anos trabalha no presídio Edvan Mariano Rosendo – o Urso Panda. Após apresentar sintomas, ele foi encaminhado no dia 21 de abril para fazer o teste que estava sendo disponibilizado numa outra unidade prisional, no Urso Branco. Conforme o laudo, a confirmação para Covid-19 veio no dia 16 de maio.
Afastado do trabalho, o policial penal seguiu fazendo o tratamento em casa, se recuperou, retornou ao posto de trabalho e entrou na lista dos servidores penitenciários curados, que já totalizam 351, conforme o Boletim Oficial sobre casos de Covid-19 no Sistema Prisional de Rondônia, divulgado na sexta-feira (18) pela Secretaria de Estado de Justiça (Sejus).
Já no início deste mês de setembro, o servidor voltou a apresentar sintomas relacionados ao coronavírus. No dia 8 ele fez exame na UPA da zona Sul, quando foi feita coleta de secreção nasofaríngea. Dois dias depois, em 10 de setembro, veio o resultado do teste confirmando novamente infecção por Covid-19.
Confirmações de reinfecção
A Universidade de São Paulo (USP) confirmou o que seria o primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus no Brasil. A paciente é uma técnica de enfermagem de Ribeirão Preto, que foi diagnosticada com a doença pela primeira vez em 13 de maio. Após se recuperar, ela voltou a apresentar os sintomas e, em 2 de julho, passou por novo teste, cujo resultado deu novamente positivo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhece a possibilidade de reincidência da Covid-19, conforme divulgado, após um grupo de pesquisadores em Hong Kong, na China, relatar o caso confirmado de reinfecção de um paciente que voltou a ser diagnosticado com coronavírus 4 meses após o primeiro episódio. O relato pode ser um indício de que a imunidade do organismo contra o vírus seja temporária, de cerca de alguns meses, pelo menos para alguns casos. No caso do policial penal de Rondônia, a recorrência também aconteceu 4 meses depois.