O médico de 36 anos, investigado por aplicar uma injeção abortiva na namorada foi preso pela segunda vez, enquanto trabalhava em um hospital de Monte Negro (RO).
De acordo com o promotor Marcus Alexandre de Oliveira Rodrigues, a prisão preventiva do médico foi pedida após a conclusão do inquérito e laudos periciais, que apontaram que ele teria provocado o aborto na namorada.
O crime aconteceu em fevereiro desse ano em Ariquemes (RO), na época a jovem de 21 anos contou à polícia que o namorado teria amarrado as mãos dela e aplicado a injeção com substância abortiva, sem o consentimento dela.
O médico foi preso ainda em fevereiro, mas pagou fiança e foi liberado para responder o processo em liberdade. Após novos laudos, o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) entendeu que ele deve responder preso e a Justiça decretou a prisão preventiva em setembro.
“As investigações continuaram, novas provas, laudos periciais que não existiam na época foram elaborados semanas após a ocorrência do fato e com a conclusão do inquérito o Ministério Público entendeu que era o caso dele responder preso a ação penal. Então foi ofertada a denúncia, ou seja, o MP iniciou ação penal em relação a ele e pediu à magistrada da 1ª Vara Criminal a prisão, pois entendeu que preenchia os requisitos legais, que era o caso dele não responder solto, mas sim preso”, explicou Marcus Rodrigues, promotor.
O médico trabalhava no hospital de Ariquemes como plantonista, mas deixou o local quando passou em um processo seletivo da prefeitura de Monte Negro e estava trabalhando no hospital do município quando foi preso.
A Secretaria de Saúde de Monte Negro ainda não se manifestou sobre a prisão do médico. Já o Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero), por meio da assessoria de comunicação, informou que foi aberta uma sindicância contra o médico e que está apurando os fatos.
A Rede Amazônica não conseguiu contato com a defesa do médico, mas segundo a promotoria ele nega todas as acusações. Ele está preso no Centro de Ressocialização de Ariquemes, onde permanece à disposição da Justiça.
Ataque contra a namorada
Em fevereiro deste ano a jovem de 21 anos contou que recebeu, sem consentimento, uma injeção abortiva. Segundo relato da vítima, o crime teria acontecido depois do casal sair de um motel e ir até a casa do médico.
Enquanto estava na casa, o namorado lhe ofereceu uma massagem, momento que o suspeito teria amarrado as mãos da vítima com uma calcinha. Usando uma seringa, o homem teria aplicado uma substância na jovem, que estava na 9ª semana de gestação.
A vítima alega ter entrado em luta corporal com o suspeito, mas este a dominou e colocou uma substância em seu nariz, onde acabou adormecendo. Ao acordar, a jovem diz que estava sangrando nas partes íntimas e que o namorado se recusou a levá-la embora.
Depois da namorada insistir, o médico levou a jovem até a casa da tia, que então socorreu a gestante à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Na unidade foi constatado a tentativa de aborto contra a mulher.