Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (26), o secretário de Estado da Saúde (Sesau), Fernando Máximo, juntamente com o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei/Porto Velho), Luiz Adroaldo Armanini Tagliani, destacou o trabalho realizado em Rondônia para o controle da Covid-19 em aldeias indígenas.
O secretário lamentou a morte de um indígena, 66 anos, que pertencia ao povo Karitiana, e reforçou a recomendação a toda a população que sigam as medidas protetivas. O Dsei informou que os indígenas estão sendo orientados a não sair das aldeias, sem que haja necessidade, cumprindo assim a quarentena, e que os mesmos recebem assistência e monitoramento em casos de identificação de síndrome gripal.
‘‘Nós estamos seguindo todas as precauções, inclusive quanto à entrada das equipes de saúde nas aldeias. Temos o apoio do Estado em insumos para coleta dos exames e os casos identificados são monitorados’’, explica o coordenador, Luiz Aldroado.
Ainda de acordo com o coordenador, o Dsei em Porto Velho registrou além do óbito, sete casos confirmados na aldeia Karitiana, destes, dois estão internados no Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), três estão na Casa de Saúde do Índio (Casai) e apresentam evolução para alta, e outros dois estão na aldeia. E há mais cinco casos suspeitos em Ji-Paraná, sendo dois na aldeia Nova Pawnewan e três na Serrinha.
O órgão é responsável por cerca de 13 mil indígenas de cinco municípios de Rondônia: Porto Velho, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Jaru e Alta Floresta e ainda da região sul do Amazonas e norte do Mato Grosso.
O indígena, 66 anos, que veio a óbito, segundo o coordenador, recusou por duas vezes o pedido da Dsei de ir até uma unidade de saúde, e só na terceira vez quando já apresentava dificuldade respiratória, concordou em receber atendimento. Ele foi atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o caso foi confirmado. Ele esteve internado, e infelizmente não resistiu à doença.
De acordo com a enfermeira da Divisão de Atenção a Saúde Indígena (Diasi) do Dsei Porto Velho, Valquíria Ronik, a família do indígena está sendo acompanhada e o trabalho foi intensificado em toda a aldeia.
‘‘Devido a ocorrência de casos na aldeia Karitiana, nós fortalecemos o trabalho com nossas equipes em área. Estamos cumprindo todo protocolo de quarentena para entrar em território indígena executando a prevenção de todos os programas preconizados pelo Ministério da Saúde e intensificando ainda mais a vigilância da Covid-19, atentos aos que apresentam síndrome gripal e aos que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados’’, disse Valquíria.
A enfermeira explica que o maior desafio é manter os indígenas isolados. ‘‘A cultura deles é de se reunirem, por isso temos um trabalho vigilante para que se mantenham isolados quando necessário, e orientamos que não compartilhem utensílios domésticos’’, afirma. Além disso, também é disponibilizado para as aldeias o hipoclorito, para higienização das casas.