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Com quase 25 mil hectares, ilha já devastada é recuperada por policiais em Rondônia


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Área recuperada fica nos arredores do rio Preto, em Candeias do Jamari. — Foto: Reprodução/Earth Studio

Uma ilha com extensão de quase 25 mil hectares no rio Preto, situada em Candeias do Jamari, região metropolitana de Porto Velho, teve toda a sua área recuperada após anos sendo devastada pelo desmatamento.

As plantas utilizadas à recuperação da mata foram cultivadas no viveiro do Batalhão da Polícia Ambiental (BPAM), que deu início aos trabalhos há 15 anos.

“São todas endêmicas da região, que foram coletadas nas próprias calhas do rio para fazer a recuperação da ilha, tanto do Rio Candeias como no Madeira. É ideal para o local. A planta já tem um ciclo naquele local”, disse o engenheiro agrônomo Lupércio Ricci, da Polícia Ambiental.

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Com um total de 24.738 hectares, a área recuperada equivale a cerca de 28 campos de futebol do tamanho do Maracanã, no Rio de Janeiro.

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Segundo Lupércio Ricci, a recuperação engloba todo um ecossistema, que vai desde as plantas até os animais.

“Lá na ilha fizemos a recuperação, ou seja, houve um plantio com árvores produtivas que é ideal para os animais retornarem e também fazerem a dispersão. Assim nascerão outras plantas novas. Já no reflorestamento, a gente só usa plantas superiores, arvores de grande porte e de preferencia que se encontre na região”, explicou o engenheiro.

Caminho à ilha

Para chegar na ilha recuperada pelo batalhão, é preciso fazer o percurso de voadeira ou outra embarcação fluvial. Primeiro se navega pelo rio Candeias. Depois, no rio Preto. Nelson Correa, sargento que estava na operação da desapropriação da fazenda, detalhou o passo a passo do trabalho.

“Cheguei a conhecer a ilha quando ainda era fazenda e pasto. Houve a desapropriação e, posteriormente, foi notificado ao responsável que retirasse o gado. Quando foi retirado o gado e após plantar algumas mudas das plantas, a própria mata praticamente se regenerou sozinha”, revelou.

Dispersão

Com as mudas cultivadas no BPAM, a própria natureza se encarregou de realizar o restante do trabalho no local.

“Os animais têm o costume de se alimentar em um local e migrar para outro. Eles nunca ficam no mesmo local por conta dos predadores. Nesse processo que ele sai de um lugar para o outro, leva as sementes, tanto no trato intestinal, e acabam soltando em outro lugares. Como também os pássaros que fazem esse transporte. Quando deixam essas sementes, acaba gerando um outra floresta onde não existe”, informou Lupércio Ricci.

Ainda de acordo com Lupércio, o rio Preto, que envolve a ilha, também faz sua parte de recuperação.

“O rio tem o papel fundamental, pois é ele que faz com que algumas sementes que flutuam venham parar na ilha. Os animais que se alimentam dessa semente dentro do rio também ao ingerir, e depois soltam na natureza”, complementou.

Desmatamento na Amazônia

A área desmatada na Amazônia foi de 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com números oficiais do governo federal divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Trata-se de um aumento de 29,5% em relação ao período anterior (agosto de 2017 a julho de 2018), que registrou 7.536 km² de área desmatada.

 

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