Conhece os motivos que levaram a mudança de siglas do termo DST? Sabe o que são, quais são e a importância de falar sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis? Logo abaixo haverá gráficos e tabelas de contaminação na população do município de Vilhena.
Quando ouvimos as siglas IST é rápido e automático a associação que fazemos ao HIV, talvez por ser uma das mais graves. Mas cabe lembrar que além desta há outras que podem causar câncer uterino, levar a esterilidade e que não deixam de ser gravíssimas também. O tratamento das ISTs ainda é feito com preconceito, é preciso romper com essa barreira.
O termo DST passou por uma atualização nos últimos anos, porque o ‘D’ de Doença resulta em sinais e sintomas visíveis no corpo. Já ‘I’ infecções indicam que podem ter períodos silenciosos, ou se manter em silêncio durante toda a vida sendo detectáveis apenas com exames laboratoriais se caracterizando como assintomáticas. Portanto, ficou estabelecido o termo IST até mesmo pela OMS – Organização Mundial da Saúde.
Tipos de IST e seus sintomas:
AIDS: causada pela infecção do vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida) este compromete o funcionamento do sistema imunológico, impedindo seu funcionamento correto de proteger o organismo das agressões externas, tais como: bactérias, vírus, protozoários, parasitas, fungos e células cancerígenas.
Condiloma acuminado: conhecido e causado pelo vírus HPV (Papiloma Vírus Humano) que causa uma lesão na região genital. Pode vir a causar o câncer de colo de útero daí sua prevalência maior em mulheres. Quando homens são infectados as lesões genitais podem evoluir para câncer de pênis e ânus reto.
Herpes: causada pelo vírus do Herpes Simples HSV que provoca lesões do tipo bolha na região genital masculina e feminina gerando ardência e coceira, que quando estouradas geram feridas. Após a manifestação inicial se torna inativa no corpo, podendo reaparecer os sintomas após anos e pode se manifestar com a queda do sistema imunológico. No Brasil a prevalência acomete aproximadamente 2 milhões de pessoas por ano. O tratamento pode ajudar, mas não tem cura.
Sífilis: causada pela bactéria Treponema pallidum, considerada grave e possui 4 estágios variando seus sinais e sintomas de acordo com o estágio. Após ser infectado a primeira manifestação ocorre com uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (nódulos, caroços) nas virilhas são indolores, não coçam, não ardem e não apresentam secreções. Em seguida, desaparece sem deixar cicatriz, dando a sensação de cura. Se não tratada continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo, queda de cabelo, cegueira, cardiopatias e até paralisias. Por ano no Brasil estima-se uma média de 150 mil casos novos.
Tricomoníase: provocada por um parasita Trichomonas vaginalis. Principal sintoma é o corrimento amarelo-esverdeado acompanhado de forte odor (mau cheiro), dor e desconforto durante o ato sexual e ao urinar e coceira na região genital. Na mulher, as partes internas do corpo, como o colo do útero pode sofrer com a infecção. Já nos homens não apresenta sintomas quando se manifesta ocorre uma pequena irritação na glande. A famosa peixe podre. Afeta 2,5 milhões de pessoas por ano.
Hepatites: Os vírus da Hepatite B e C estão presentes na corrente sanguínea, sendo assim é possível haver infecção no contato sangue-sangue que inclui: transfusão sanguínea, material para uso de injetáveis, materiais de higiene pessoal como lâminas e afins, durante a gestação é possível infectar o feto e até mesmo contato sexual sem proteção. A hepatite é uma inflamação do fígado o que a caracteriza como grave.
Outras ISTs: Candidíase, clamídia, gonorreia, linfogranuloma venéreo e etc.
Estas infecções também podem ser passadas da mãe para o feto durante a gestação, no parto ou amamentação. Algumas se transmite pelo contato sangue-sangue, mucosas e secreções corporais contaminadas, além de se propagarem durante o compartilhamento de materiais injetáveis. De modo geral, causam lesões nos órgãos genitais, mas também podem originar câncer, complicações na gestação e no parto, e também podem causar aborto, infertilidade, problemas neurológicos e cardiovasculares levando a morte.
Prevenção
Para prevenir as Infecções Sexualmente Transmissíveis é necessário o uso de preservativo em todas as relações sexuais, principalmente para aqueles que possuem mais de um(a) parceiro(a) sexual.
No caso do HPV e das Hepatites há vacinas de prevenção, basta ir até a Unidade Básica de Saúde mais próxima e se informar. Estar atento aos sinais e sintomas e procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível.
As ISTs são causadas por mais de 30 vírus e bactérias sendo a principal via de transmissão, por relação sexual vaginal, anal e oral. É fundamental estar consciente e conhecer os riscos da relação sexual desprotegida, pois o SEXO SEGURO ainda é a melhor forma de prevenção.
Dados:
De acordo com a OMS, todos os dias surgem aproximadamente 1 milhão de casos de ISTs incuráveis entre pessoas de 15 a 49 anos, isso equivale a 357 milhões de novos casos por ano de quatro infecções: Sífilis, HIV, Clamídia e Tricomoníase.
No Brasil, as infeções sexualmente transmissíveis estão em alta, a Sífilis lidera o ranking com 158 mil casos notificados em 2018. De acordo com o Ministério da Saúde em 2017, 866 mil pessoas já viviam com o HIV no país. Entre 2008 e 2018 foram somados 33 mil casos de hepatite.
Em Vilhena, estima-se que 5000 pessoas estejam com o vírus do HIV circulando e que essas pessoas sequer imaginam. A Secretaria Municipal de Saúde tem feito várias campanhas preventivas e de testes rápidos para poder detectar o maior número de casos possíveis. Em contato a Enfermeira servidora da Vigilância Epidemiológica, Maria L. S. Sato, nos forneceu uma tabela com os índices das ISTs no município de Vilhena nos períodos de 2017, 2018 e 2019. Segue o gráfico para análise. (fig.1)
No gráfico acima é possível identificar a Sífilis como líder em número de casos no município de Vilhena e crescente entre os três anos. Logo após, o HIV que de 58 casos diagnosticados no ano de 2017 subiu para 71 no ano de 2019. As hepatites virais B e C apresentam um alto número de casos, porém reduziram o número de novos casos ao longo dos anos seguinte.
HPV, Herpes genital, as síndromes e as ISTs não especificadas apresentam um número razoavelmente baixo e diminuem ao decorrer dos anos.
Acompanhe os gráficos (fig. 2 e fig. 3) que apontam os dados específicos de Sífilis e HIV em Vilhena:
É importante observar que a Sífilis congênita reduziu de 9 casos em 2017 para apenas 02 casos em 2019. Uma das metas propostas pelo Ministério da Saúde é zerar o número de casos de sífilis congênita em todo o país. Os casos de sífilis predominam a população adulta e os números são crescentes.
Embora tenha dado uma leve reduzida no número de casos de HIV entre adultos no município o número de crianças expostas ao vírus é crescente que de 4 casos em 2017 disparou para 15 no ano de 2019.
Entende-se por crianças expostas ao vírus as crianças que nasceram de gestantes portadoras do HIV. Essas crianças são acompanhadas durante 02 anos para ter certeza se houve contaminada ou não, sendo assim são consideradas expostas e não contaminadas.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis é fornecido pelo SUS. Compareça a Unidade Básica de Saúde mais próxima para fazer os testes rápidos. Ali mesmo já sai com um encaminhamento para dar inicio ao tratamento. Embora algumas infecções não haja cura há tratamentos para manter o bem-estar e conviver com a infecção controlada. É preciso buscar ajuda, se detectadas e diagnosticadas a tempo não haverá riscos de vida.
Em Vilhena, temos o SAE-CTA localizado no bairro Quinto Bec, R.: Porto Velho, N 178 aberto de segunda à sexta a partir das 07:00hrs. Tel. Pra contato 3322-4216. E temos os laboratórios particulares que também realizam os testes rápidos, Laboratório UNIMED, EXAME, VILHENA, BIOCLIN entre outros.
ATENÇÃO: o conteúdo é meramente informativo. Procure um médico. Cuide-se e Proteja-se!
Obrigada pela leitura, até aqui. Até a próxima!
Hayslla Couto
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