Uma nova versão do aplicativo “Olhos de Águia”, que ajudou na coleta de dados sobre queimadas na Amazônia, foi desenvolvida pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), para catalogar e coletar dados sobre as manchas de óleo que atingem as praias do Nordeste e Sudeste do Brasil.
De acordo com o Censipam, o aplicativo saiu do período de testes e começou a ser usado oficialmente no litoral do país no dia 20 de novembro. Ainda não há um levantamento sobre a quantidade de acessos até esta quinta-feira (28).
O desenvolvedor do app, Mário Fraga, disse ao G1 que a plataforma cataloga e coleta dados, imagens e coordenadas geográficas sobre as manchas de óleo. Essa atualização do “Olhos de Águia” conta com basicamente duas funcionalidades: a captura de manchas e a visualização dos pontos já capturados.
“O processo de captura é simples. A pessoa marca os pontos e pode enviar fotos do local, escrever uma observação, informar se há equipe cuidando da área ou se a limpeza foi concluída. A geolocalização é obtida de forma automática, a partir do GPS do celular ou tablet”, explica Fraga, desenvolvedor.
Segundo ele, o app funciona fora da área de cobertura de internet, já que armazena, mesmo offline, as informações coletadas, e quando se conecta a internet faz a sincronização com o banco de dados do Censipam.
O aplicativo disponibiliza informações para o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), que é formado por representantes da Marinha do Brasil, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
O órgão também desenvolveu uma plataforma web de acesso restrito que comporta as informações capturadas pelas equipes de campo. Nela estão mapas com marcações de pontos atingidos e relatórios com a situação das ocorrências. Essa é uma opção para ajudar as autoridades no combate às manchas, segundo o Censipam.
“A plataforma é para ajudar as “equipes de escritório”, com informações coletadas pela população”, comenta.
“Olhos de Águia” – Queimadas
Em setembro deste ano a equipe do Censipam desenvolveu a primeira versão do “Olhos de Águia” para ajudar na coleta de informações sobre queimadas na Amazônia. Por meio de fotos e coordenadas geográficas o app registrou novos focos de calor, principalmente em Rondônia.
Em nota divulgada pelo Ministério da Defesa, o aplicativo foi usado por agentes do Exército, Força Aérea Brasileira (FAB) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), durante ações de combate às queimadas.
Óleo no litoral
As manchas de óleo que atingem as praias do litoral brasileiro desde o dia 30 de agosto chegaram ao Sudeste no início de novembro. O óleo já atingiu 779 localidades, segundo o mais recente balanço do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), com dados até o dia 25 de novembro. No balanço anterior, divulgado um dia antes, havia 772 locais com registros de manchas.
Há registro de manchas de óleo nos 9 estados do Nordeste – Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe – e também no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
A origem do óleo ainda é desconhecida, mas autoridades afirmam que se trata de petróleo cru, que não é produzido no Brasil.