O ex-governador Daniel Pereira (PSB) e seu advogado, Nelson Canedo Mota, protocolaram pedido de investigação no Ministério Público de Rondônia contra os delegados da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), solicitando, entre outras medidas, busca e apreensão dos aparelhos celulares de todos eles e perícia na Polícia Federal, já que, segundo Daniel, há um evidente conflito de interesse entre os possíveis investigados e a Polícia Civil do Estado.
Daniel pede também o afastamento dos delegados das respectivas funções, medida que já foi adotada pelo delegado geral, Samir Fouad Abboud, na semana passada.
Foram retirados da Draco os delegados Fred Mercury Freitas Matos, transferido de Cacoal para o município de Presidente Médici; Roberto dos Santos da Silva, remanejado para a Delegacia Regional de Cacoal, e o pivô da crise envolvendo a Polícia Civil, o delegado Julio Cezar Souza Ferreira, que foi para Ji-paraná.
Julio Cezar aparece em várias gravações comprometedoras afirmando que o desembargador Oudivanil de Marins, do Tribunal de Justiça de Rondônia, foi induzido deliberadamente a erro para deferir pedido de busca e apreensão contra o ex-governador Daniel Pereira em investigação sobre supostas irregularidades na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam).
As investigações resultaram na deflagração de operações denominadas Pau Oco e que foram coordenadas pela Draco a partir do município de Cacoal.
Nos áudios de whatsapp que vieram a público, o delegado Julio Cézar também fala numa possível prisão do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Walter Waltenberg, sem, no entanto, explicitar se existe alguma investigação oficial contra o magistrado.
No documento encaminhado por Daniel Pereira ao procurador geral de Justiça, Aluildo de Oliveira Leite, o ex-governador fala da sua preocupação com a possibilidade de os delegados que estejam envolvidos na possível conspiração para cometer crimes possam destruir provas.