O delegado Núbio Lopes, apresentou nesta sexta-feira, 11, a conclusão do inquérito que investigava um homicídio no dia 29 de maio deste ano, em Vilhena. Na ocasião, um reeducando foi assassinado a tiros em uma casa em que ele trabalhava de pintor.
De acordo com as investigações, o mandante do crime, identificado por D.B.R e conhecido por “Patrãozinho”, contratou M.S.G o “Mau Mau”, e junto com o seu grupo, mataram a vítima Marcelo Lucas. Pelo serviço seria pago R$ 40 mil.
O motivo do crime, segundo Núbio, foi porque Marcelo Lucas teria comentado no “mundo crime”, que mataria “Patrãozinho” a mando de outra pessoa. No entanto, “Patrãozinho” agiu antes.
DETALHES DO CRIME
De acordo com delegado, no dia 7 de abril de 2019, foi assassinado o Procurador da Câmara de Vereadores de Cacoal, Sidney Soteli. As investigações revelaram que há fortes indícios que o mandante do crime teria sido “Patrãozinho”.
Segundo Lopes, foi descoberto que Marcelo Lucas seria o “mão de ferro” de Sidney e teria comentado no “mundo do crime” que iria matar “Patrãozinho” a mando de Sidney Soteli. Porém, “Patrãozinho” teria descoberto as ameaças.
Na época, “Patrãozinho” sabia que Marcelo tinha pedido transferência da Comarca de Ji-Paraná para cumprir pena em Vilhena. Portanto, ele conseguiu através de um advogado levantar as informações do paradeiro da vítima. “Segundo as nossas investigações, através de uma consulta no Ministério do Trabalho, eles conseguiram localizar a relação empregatícia da esposa do Marcelo”, disse Núbio.
Com a informação, segundo o delegado, quando o grupo veio para Vilhena, um deles se passou por cliente na loja em que a mulher de Marcelo trabalhava. “Conversou, se fez de cliente e foi embora. Mas ficou nas imediações”, disse Núbio.
Após a esposa de Marcelo sair do trabalho, o grupo de criminosos a seguiu e descobriu a casa que em que ela e a vítima moravam. A confirmação veio em seguida, com a chegada de Marcelo na residência. “Pronto, já sabiam onde ele morava. Dali o seguiram até o local do trabalho e descobriram onde ele trabalhava”, relatou o delegado, que complementou. “Eles prepararam tudo para o dia, foram ao local e executaram o crime”.
DEPOIS DO CRIME
Depois do crime, o grupo pegou duas casas, uma para se refugiarem e outra para guardarem a motocicleta usada no crime, e dois carros que foram usados de apoio: um Corolla e um Ford KA branco.
Em seguida, eles voltaram para Cacoal e levaram dentro do Ford KA: um fuzil, uma submetralhadora, uma granada, duas pistolas, dois coletes a prova de balas, algemas e munições. Na cidade, pegaram parte do dinheiro e o restante foi pago e distribuído ao grupo em Ji-Paraná.
ENVOLVIDOS
Segundo as investigações, cinco pessoas se envolveram no crime:
- O mandante do crime: D.B.R conhecido por “Patrãozinho”.
- O atirador: M.S.G conhecido por “Mau Mau”.
- O piloto da motocicleta: M.A.S.N conhecido por “Lorota”.
- O partícipe que organizou tudo para a chegada do grupo: A.F.S.J conhecido por “Pit Bull”.
- O outro partícipe que fazia as correrias para o grupo: W.M conhecido por “Japão”.
PRISÕES
Dias após o crime em Vilhena, foi feito um cumprimento de um mandado de busca e apreensão em uma residência na cidade de Cacoal. Dentro da casa, prenderam Mau Mau, Lorota e Japão. PitBull também foi preso a pedido da polícia de Vilhena.
FICHA DO EXECUTOR
O “Mau Mau” tem uma ampla ficha criminal. Ele cumpriu pena nos presídios de Rolim de Moura, Porto Velho, Cacoal e Ji-Paraná, pelos crimes de homicídio, latrocínio, sequestro, porte de arma, tráfico internacional de arma, assalto e extorsão.
MORTE DO MANDANTE
“Patrãozinho” foi assassinado a tiros, na madrugada do dia 1º de agosto deste ano, em Ministro Andreazza. Na ocasião, homens invadirem a casa e mataram ele e o irmão.
O inquérito sobre o caso foi encerrado no dia 4 de outubro.