Com diversos municípios tomados pela fumaça originada das queimadas, a população com saúde vulnerável precisa estar em alerta para os cuidados básicos, que podem evitar o agravo de doenças respiratórias em idosos e crianças.
As queimadas são grandes influentes para a poluição atmosférica, colocando a vida de muitas pessoas em risco. Todos sentem as consequências das queimadas, em especial crianças e idosos. Esse tempo predominante de fumaça é muito propício para a existência de doenças respiratórias, devido ao clima seco e a presença de fuligens, que predispõem as doenças respiratórias.
A especialista em doenças pulmonares, Ana Carolina Terra Cruz, explicou que os primeiros atendimentos normalmente são realizados pelas Unidades de Pronto Atendimento dos municípios e do Estado, onde são encaminhados para acompanhamento e tratamento. A população pode ter quadro de tosse, falta de ar, sintomas de renite, sinusite, ou problemas respiratórios, como asma, bronquite, e a partir da exposição contínua em áreas de fumaça predominante, o desenvolvimento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, conhecida popularmente como enfisema pulmonar.
“Os cuidados que devemos ter é deixar o ambiente mais úmido, no trabalho e em casa, com a utilização de umidificadores ou toalhas umedecidas ou bacias com água. Também pode lavar as mucosas com soro fisiológico. E, já que temos essa exposição maior com fumaças nessa época do ano, o ideal é não se expor a ambientes externos, pois a prática de atividades físicas ou trabalhos em áreas externas pioram as condições de quem já tem alguma doença respiratória ou a população vulnerável”, destaca a especialista.
O caminhoneiro Juarez Model Behenck, 61 anos, viajou de Vista Alegre do Abunã, onde mora, para uma consulta com a pneumologista na Policlínica Oswaldo Cruz, em Porto Velho. Em tratamento, com um problema pulmonar, o idoso, que antes trabalhava na roça, falou sobre as dificuldades que enfrenta para conseguir cuidar da saúde na atual profissão, mesmo assim, a máscara de proteção tornou-se aliada quando possível. “É muita tosse, por muitos dias, quando chega no tempo da queimada e poeira é pior ainda.
“Observamos que a cidade está tomada por fumaças, então inalar esses antígenos e patógenos pode prejudicar toda a saúde da população”, ressaltou a pneumologista, que também alertou os portadores de doenças crônicas e cardíacas, que podem apresentar agravo clínico no período de verão amazônico, com a incidência de queimadas, sendo ideal a continuidade no uso da medicação, evitando se expor à fumaça.