Sol quente e kimono. Essa combinação é mais uma dificuldade enfrentada pelos atletas de jiu-jítsu do projeto social Bushidô de Vilhena. Eles querem voar alto e conquistar medalhas, porém, para conquistar vitórias, é preciso chegar às competições. Sem apoio, os garotos estão correndo atrás dos sonhos e vendendo água no semáforo para arrecadar dinheiro.
– A gente faz parte de um projeto social e não temos condições de participar das competições. Sem isso, a gente não consegue ir para os campeonatos, pois o custo é alto. A gente tem vendido bastante água e estou muito feliz – enfatiza o atleta Herik Paixão.
O Projeto Bushidô atende crianças e adolescentes da rede pública de ensino, ofertando aulas gratuitas de jiu-jítsu e todo o suporte à prática da modalidade. Contudo, para participar dos eventos, é necessário ajuda de patrocinadores.
– A gente sempre tenta conseguir apoio de patrocinadores; empresas privadas, poder público. Como não conseguimos, resolvemos arregaçar as mangas e fazer por meios próprios, para tentar arrecadar recursos para participar dos eventos de nosso calendário esportivo – explica o sensei Alexandre Thomaz Harrison.
No calendário do grupo, há várias competições até o fim do ano. No próximo fim de semana, os atletas pretendem participar do 2º Circuito Rondoniense de Jiu-jítsu, em Ariquemes. Além das vendas de água, pessoas também fazem doações ao grupo e ajudam a mudar a realidade dos atletas.
– O que a gente poder fazer para ajudar, a gente precisa fazer. E o valor da água é tão baratinho. Há tantas pessoas que decidem pelo lado errado da vida. Já os meninos estão de kimono no sol, em busca de recursos, em busca de seus sonhos – destaca a bancária Nágila Amaral.
Texto: Eliete Marques
Fonte: Globo Esporte