No ano passado, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Rondônia ultrapassou o Amazonas e se tornou o segundo estado com o maior número número de queimadas do Brasil.
O País teve mais de 80 mil focos, e deste total, 7,9 mil são de Rondônia.
Porto Velho, cuja área é de 34 mil quilômetros quadrados, ocupou o primeiro lugar nessa triste classificação, alcançando quase 35% dos pontos de fogo.
“O grande gargalo da educação ambiental são as queimadas”, assinalou o diretor executivo da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), capitão Davi Machado Alencar, ex-comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental de Rondônia.
A prevenção e combate a incêndios florestais faz parte da campanha Junho Verde, que será lançada pela primeira vez no estado nesta quarta-feira (5), às 9h, na Escola de Governo, primeiro andar, Rio Jamari, com o objetivo governamental de debater problemas e alertar para descuidos, perigos e prejuízos causados por essa prática criminosa. Banners digitais já são veiculados nas mídias sociais pela Superintendência Estadual de Comunicação Social (Secom) desde a Rondônia Rural Show.
Às 10h da manhã desta terça-feira, a secretaria estava ornamentada com balões verdes. Um lacinho verde simboliza a campanha, a partir deste ano.
“Decreto oficializando este período será assinado pelo governador, coronel Marcos Rocha, permitindo que Rondônia faça muito mais do que lembrar o 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente”, destaca o coordenador de educação ambiental, Fábio França dos Santos.
Desde o início da semana, a equipe da sede e as equipes de 14 escritórios do interior da Sedam se mobilizam para divulgar alertas à população, todos eles referentes à conservação ambiental.
A pedagoga Magda Maia, integrante da equipe de educação ambiental, lembra a importância do Junho Verde: “Para nós, a data do Dia Mundial se repetirá um mês inteiro”.
“Se todos adotarem o período, certamente a coletividade discutirá melhor as causas e a necessidade cada vez maior da preservação”, ela opina. Está prevista a distribuição de lacinhos entre professores das redes públicas educacionais e o apoio de alunos na busca de esclarecer aos pais os efeitos trágicos do fogo em quintais, na zona rural e na floresta.
O movimento reúne diversos parceiros da Sedam e, conforme destaca Fábio França, coincide com o período de transição entre as chuvas e a estiagem.
“O fogo se alastra com facilidade em incêndios florestais, e mesmo nas áreas de exploração legal e regulamentada ele se torna perigoso”, ele alerta.
Estão mobilizados: Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) de Porto Velho, Batalhão de Polícia Militar Ambiental, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e quem mais quiser aderir, colaborando.
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Frank Néry