A variedade na hora de montar um cardápio alimentar é uma ação para maximizar uma melhora na qualidade de vida. Entretanto, atados ao grande consumo de carne e ao popular “prato do dia-a-dia”, vem a monotonia de comer sempre as mesmas coisas.
Essa ação é questionada principalmente dentro de estilos de vida como o vegetarianismo e o veganismo. Característicos por se absterem de consumir carne animal, os dois movimentos trabalham cada um suas próprias filosofias, tendo como guia o amor e o respeito à vida animal.
Segundo um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE Inteligência), cerca de 14% da população no país era adepta do vegetarianismo. Em relação ao ano de 2012, quando o índice era de 8% de adeptos, o percentual dobrou nesses seis anos. A expectativa, principalmente daqueles que trabalham com a conscientização, é de que esse número cresça ainda mais.
Esse é o caso da ativista vegana em Vilhena, Andréia Drews, que tem um Canal no Youtube chamado “Bela Drews” (confira aqui) onde conversa um pouco sobre esse movimento ensinando a preparar receitas de baixo custo. Praticando vegetarianismo por cinco anos, a ativista decidiu começar o processo de transição para o veganismo há um ano e meio, depois de conhecer uma paulistana que praticava o movimento.
“Eu decidi fazer a transição, que é justamente o período do qual você vai cortando e retirando coisas não só como ingredientes, mas como produtos que vem de trabalho escravo e exploração animal. Então entram outras questões que acabam sendo agregadas, como roupas, cama, mesa e banho, não só a alimentação”, ela relata ao mencionar que já conhecia o veganismo antes.
O VEGANISMO
“No Veganismo, o ser humano não é melhor nem pior do que qualquer outro animal”
O veganismo é característico por se tratar de um movimento social, político e econômico que tem como base o direito dos animais. Influenciados pela ética e sustentabilidade, os veganos deixam de consumir produtos de origem animal em todos os âmbitos de alimentação, higiene, cuidados pessoais e similares.
Esse processo de ‘deixar de consumir’ acaba se tornando gradual, levando em consideração principalmente as dificuldades em se encontrar meios para manter uma dieta e um estilo de vida baseado nesses princípios. Tanto logisticamente como onde encontrar uma alimentação mais semelhante, como pelo valor de alguns mercados.
Andréia explica que, em seu período transitório, atualmente ela leva uma dieta equilibrada entre veganismo (dentro de casa, pela possibilidade de conseguir manter a dieta) e vegetarianismo (por fatores que acabam influenciando no momento da alimentação).
O VEGETARIANISMO
Praticante do vegetarianismo a longos anos, Felipe Baenniger (31 anos), natural de São Paulo e residente em Rondônia há dois anos, também está investindo na conscientização culinária. Buscando oferecer aos vilhenenses uma oportunidade de experimentar a culinária vegetariana/vegana, Felipe recentemente vem trabalhando com a encomenda de alimentos da linha.
“Uma das preocupações que existem é de que você vai ficar sem nutrientes por não ingerir proteínas existentes na carne animal. E isso é realmente um mito, porque as pessoas não estão acostumadas a variar suas refeições, sempre comendo as mesmas coisas. Então no vegetarianismo você amplia esse cardápio com ingredientes variados”, o cozinheiro explicou em entrevista ao Folha.
O vegetarianismo, apesar de algumas semelhanças com o veganismo, é um regime alimentar que se baseia no consumo de alimentos vegetais. Motivado por muitos fatores dentre eles a saúde, o meio ambiente e o respeito aos animais, esse regime ainda permite a inserção de alimentos como ovos, leites e derivados, mel, etc., além do vegetarianismo restritivo.
Praticando durante sete anos uma dieta vegetariana aplicada, Felipe participou do Festival Rock Verdurada (conhecido por trabalhar discussões sobre o tema alimentação), onde começou sua história com essa filosofia. Depois de passar um tempo viajando pelo país e abrindo seu paladar às muitas culinárias brasileiras, Felipe decidiu voltar ao vegetarianismo.
Atualmente ele está trabalhando com encomendas de comida vegetariana/vegana em Vilhena. Com produtos como hambúrgueres de feijão, fornada de legumes, moquecas de banana da terra, dentre outros pratos, o cozinheiro oferece sua rede social no Instagram @vegetarianovilhena onde as encomendas podem ser feitas.
“Meu canal é para mostrar que não é essencial comer carne para ‘comer bem’, para comer algo gostoso. A cozinha vegana é uma cozinha autônoma, que alimenta e nutre, cumprindo o objetivo do que é fazer com que o desempenho humano seja maximizado. Porque eu quero sim que as pessoas fiquem bem, sejam conscientes e façam uma alimentação que nutre e que seja consciente”, finaliza Andréia Drews.
Texto: Mizellen Amaral
Fonte: Folha de Vilhena
Fotos: Mizellen Amaral/Arquivo Pessoal/Ilustrativa