Uma reunião informal foi realizada por moradores da Linha 144, na Associação Nova União (Vilhena), durante a tarde desta segunda-feira (26). Na oportunidade, os participantes buscaram tratar da preocupação dos populares em relação aos atendimentos que eram prestados por um profissional da saúde que participava do programa “Mais Médicos” e foi retirado depois que Cuba cancelou o programa no Brasil.
Segundo a porta voz do grupo, Roseli Lehrbach (44 anos), agente comunitária de saúde há 22 anos, o médico que atende à Linha 144 também presta serviços na Associação Corumbiara Nova e na região de Águas Claras, englobando o Setor Chacareiro como um todo.
“Toda quinta-feira ele vinha atender aqui, enquanto em outros dias atendia nas outras Associações. Então para nós essa é uma perda lamentável, sem explicação. O médico acabou se tornando amigo da comunidade”, afirmou Roseli. Assim como ela, moradores como a senhora Noeli Salla (64), também se mostraram preocupados com o atendimento que será prestado.
Noeli conta que sofria com dores no corpo que não conseguia descobrir o motivo, mas que após uma consulta insistente do médico que atende a comunidade, ele a diagnosticou com um tumor na região superior da cabeça. Enquanto isso, Joecy Maria de Lima (63) e Margarida de Oliveira (66) elogiam o desempenho do profissional, que oferecia o melhor atendimento possível e estava sempre presente – ainda que por comunicação via aplicativo de mensagens.
A RESPOSTA
Em entrevista ao FOLHA durante a manhã desta terça-feira (27), o Secretário Municipal de Saúde de Vilhena, Afonso Emerick, afirmou que a questão da retirada dos funcionários do “Mais Médicos” não é um problema para a população atual.
“As nove vagas que foram abertas já foram preenchidas, com nove médicos que já estão se apresentando. Então aquele setor não será atendido pelo médico que estava atendendo lá, mas com certeza teremos outro profissional da saúde prestando esse serviço”, relatou o Secretário.
Jânio Marques Vieira, coordenador do “Mais Médicos” em Vilhena, narrou que devido à interrupção de Cuba no programa de assistência nove médicos foram retirados do quadro de atendimento municipal que contava com dezenove funcionários. “Nós temos profissionais do Pará, Mato Grosso, Cacoal, Paraná que estão a caminho de Vilhena para se apresentar e assumir essas vagas ociosas. Assim que eles chegarem, serão lotados nas unidades onde antes trabalhavam os cubanos; inclusive nessa unidade onde os populares estão requerendo o atendimento”.
Os médicos já estão começando a demonstrar seu interesse nas vagas ofertadas, e terão até o final da semana para se apresentar. Caso isso não ocorra, um novo processo para contratação será aberto e as vagas preenchidas de acordo com a disponibilidade dos candidatos.
Enquanto a efetivação dos novos médicos não se estabelece, as unidades de saúde não ficarão desassistidas, como afirma Jânio: “todas as unidades possuem médicos, é claro que em uma quantidade de atendimento reduzida em razão da não apresentação dos novos funcionários”. Com as escalas produzidas para atender a população rural, a expectativa é que o quadro funcional da saúde em Vilhena seja regularizado já nas próximas semanas.
“A população pode ficar extremamente tranquila, esse é um assunto que já está resolvido. Nós já temos os nove médicos que estarão assumindo as vagas, inclusive um deles já se apresentou hoje. Pode acontecer de na próxima escala o médico responsável ainda não possa ir lá, mas o atendimento não será interrompido, logo regularizaremos o atendimento. E caso haja uma necessidade dentro desse período, a população pode procurar a Unidade de Referência no Bairro São José”, garantiu Afonso Emeric.
O primeiro médico a se apresentar para preencher uma das vagas deixadas se chama Cliver Araújo dos Reis, e morava em Santa Catarina antes de ser contratado pelo edital do Ministério da Saúde.
Texto: Mizellen Amaral
Fonte: Folha de Vilhena
Fotos: Folha de Vilhena/Jean Carlos-Rede Amazônica