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Mês de Maio traz à tona Campanha de Conscientização ao Lúpus, psicóloga vilhenense relata um pouco de sua experiência


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Embora não tenha cura, o Lúpus tem tratamento e não é contagioso, se informe e esteja preparado para diagnosticar a doença precocemente.

Trazendo muitas datas comemorativas, o mês de maio também revive algumas campanhas como a da Conscientização do Lúpus, comemorada no dia 10 e trabalhada durante o período do mês visando explicar para as pessoas o que é e como diagnosticar e tratar a doença.

(Foto: Divulgação)

O Lúpus é uma doença autoimune, ou seja, caracterizada pela ação incorreta das células defensivas do corpo. O organismo humano produz as células de defesa para que estas protejam contra vírus, parasitas e bactérias vindas de fora, porém no caso do Lúpus, ao invés de proteger o organismo, elas acabam se virando contra ele e atacam os órgãos e tecidos humanos.

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Existem muitas variações no surgimento da doença, entre elas: o Lúpus Eritematoso Cutâneo (caracterizado por atingir a pele do paciente, sendo comum nas áreas expostas ao sol como rosto, orelhas, braços e colo), e o Lúpus Eritematoso Sistêmico (uma variação mais grave da doença, que atinge órgãos como os rins, o coração, e os pulmões). Em alguns casos os dois tipos podem aparecer em conjunto, atacando também o sistema nervoso do paciente, como é o caso da psicóloga do Hospital Regional de Vilhena, Diene Carla dos Santos Nepomuceno, de 28 anos.

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DEPOIMENTO

“Os primeiros sintomas que apareceram foram a queda de cabelo demasiada, as dores no corpo, púrpuras de sangue nas pernas, dores abdominais, dores nas articulações, além de eu sentir muita fadiga no período”, Diene contou em entrevista ao FOLHA, “eu comecei a ter os primeiros sintomas no final de fevereiro, mas o diagnostico mesmo só tive em março quando fui internada em estado grave. Tive que fazer duas pulsoterapias, uma em Vilhena com uma média de duração de seis ou sete dias, e depois fui para Cuiabá, no Mato Grosso, onde passei por uma outra reumatologista e ela me deu o diagnóstico de Lúpus Eritematoso Sistêmico”.

Diene Carla dos Santos Nepomuceno, 28 anos, psicóloga vilhenense diagnosticada com Lúpus (Foto: Divulgação)

Embora não tenha cura, é possível conviver com o Lúpus de uma forma pacífica, desde que os tratamentos sejam realizados e a remissão da doença seja estabelecida. Após isso, seguir os cuidados prescritos pelos reumatologistas é fundamental para manter tudo em ordem. “Eu estou fazendo uso de medicamentos que auxiliam no tratamento e hoje não sinto quase nada, apenas desconfortos momentâneos. Além dos medicamentos eu faço quimioterapia, são seis sessões que preciso fazer em um espaço de tempo de uma vez por mês e depois a cada três meses, e após isso um tratamento que será determinado de acordo como o meu organismo reagir ao tratamento”, a psicóloga relatou.

Dentre os cuidados que o paciente portador da enfermidade deve ter está a boa alimentação, enriquecida com o máximo de nutrição possível (que fornecerá ao organismo uma carga energética suficiente para suportar com ataques mais agressivos, caso ocorram), uso constante de protetor solar e evitar contato com os raios solares o máximo possível, e se manter protegido de lugares que possam representar ambiente propício para a existência de alguma bactéria ou vírus (entrar em contato com qualquer tipo de infecção pode causar o transtorno das células defensoras, e resultar em novas recaídas no tratamento).

(Foto: Divulgação)

“O maio roxo é um movimento novo que está sendo iniciado para que mais pessoas conheçam a doença e possam identificar mais rápido o Lúpus e procurar um tratamento o quanto antes”, explicou Diene, dizendo que existem muitos pré-conceitos formados em torno das dúvidas que as pessoas têm, e que a desinformação acaba muitas vezes impedindo que diagnósticos precoces sejam realizados.

É importante saber que o Lúpus não é contagioso. Estudos mostram que a doença está relacionada a fatores genéticos, combinados com fatores ambientais ou situações às quais a pessoa está inserida. Essa associação acaba desencadeando a reação das células defensoras de uma forma agressiva em determinados organismos e, em alguns casos, pode ser letal.

Por ser um distúrbio genético, a transmissão do fator genético para o bebê pode ou não acontecer. Da mesma forma, o Lúpus pode ser desenvolvido por um portador da carga genética referente à disfunção ou não, a depender do contexto externo ao qual está inserido. Mesmo assim, para as mulheres com Lúpus é essencial ter um período de remissão da doença de, pelo menos, seis meses antes de qualquer tentativa de gravidez.

Em Vilhena, segundo Diene, existe um aparato de atendimento, mas que não corresponde a todas as necessidades exigidas por um paciente de Lúpus. Embora a cidade ofereça um especialista reumatologista, há a carência nas questões de internação e demais profissionais capacitados para atender ataques agressivos da enfermidade. “Eu passei por um tratamento em Vilhena que me ajudou a sair de uma crise extremamente agressiva, porém não havia o acompanhamento hospitalar, então eu fui encaminhada para Cuiabá pelo médico que estava observando meu caso, onde passei por vários exames e profissionais e tive minha crise mais forte, cheguei a ir para o isolamento, onde fiz um tratamento de imunossupressão”.

Atualmente a psicóloga faz seu tratamento na cidade de Ji-Paraná, onde acabou se tornando mais acessível para ela.

Como os sintomas são muito variáveis, é muito difícil identificar logo o Lúpus, mas caso alguns desses sintomas surgirem em espaços de tempo curtos é interessante procurar auxílio médico para o diagnóstico: manchas na pele, febre, perda de peso, falta de apetite, coceiras, desânimo, fraqueza, queda de cabelo, dor nas articulações, inflamações nos rins e na pleura ou pericárdio (membranas que envolvem coração e pulmão), feridas na boca, dores de cabeça, dificuldade para respirar, fotossensibilidade (sensibilidade à luz do sol) e má circulação nas mãos e pés.

 

Texto: Mizellen Amaral
Fotos: Divulgação
Fonte: Folha de Vilhena

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