Professoras, Empresárias, Bombeiros, Fisioterapeutas, as muitas versões das profissionais mães
A segunda maior data comemorativa comercialmente, logo atrás do Natal, traz aspectos históricos que datam desde a Grécia Antiga até os dias atuais. Inicialmente pensada como um memorial à Ann Maria Reeves Jarvis, ativista norte-americana, por sua luta em relação às famílias e mães que sofreram principalmente no período da Guerra de Secessão perdas terríveis, o Dia Das Mães foi abraçado ao longo dos anos por diferentes questões, datas e lugares até se consolidar como uma das comemorações que mais rendem financeiramente para os negócios atuais. Por causa da comercialização feita sobre esse feriado, a sua criadora, Ana Jarvis, filha de Ann Reeves, se afastou do movimento e até tentou a abolição do mesmo.
No Brasil, o Dia das Mães foi comemorado pela primeira vez em 12 de maio de 1918, e após ter se espalhado por todo o país, em 1932 foi oficializado como feriado nacional no segundo domingo do mês de maio, sob o contexto de ser uma forma de valorizar a importância das mulheres na sociedade. Mulheres, mães e guerreiras que se dividem entre casa, filhos e trabalho, como as entrevistadas que o FOLHA convidou para participar desta matéria, Ana Carolina Andreazza, Angelica Carolina Mathias, Osnier Gomes Pereira e Adriane Raduns do Nascimento.
Ana Carolina, assessora da Defensoria Pública, empresária e mãe da pequena Isabella de sete anos, concilia sua vida da melhor forma possível, contando: “Para conciliar minha vida pessoal e profissional eu preciso da ajuda de outras pessoas, então delego muito algumas funções para minha funcionária que me ajuda”, explicando que, por ser funcionária pública, sua licença maternidade expirou com seis meses, passando a filha aos cuidados de uma babá que ficava com a pequena, enquanto Ana Carolina desempenhava suas funções fora de casa.
Osnier Gomes Pereira, professora e diretora do Sindicato Regional dos Professores do Cone Sul e mãe de dois filhos com 22 e 24 anos, alega que apesar de os filhos já serem bem grandes e de morarem em outra cidade, isso não retira a preocupação que ela tem com eles, nem diminui suas responsabilidades. “É uma correria, mas nós mulheres acabamos por dar conta, tem umas coisas que precisamos priorizar, o trabalho, os filhos, e às vezes a vida social fica um tanto quanto de lado”, ela comenta.
Adriane Raduns do Nascimento, bombeiro militar do 3° Batalhão do Corpo de Bombeiros de Vilhena e mãe da pequena Lívia de 03 anos, relata que conciliar família e profissão não é uma das tarefas mais fácil. “É preciso haver um equilíbrio entre o trabalho e a família para que cada um use o espaço necessário dentro de nossas vidas”, Adriane confirmou.
Angelica Carolina Mathias, dona da clínica onde trabalha como fisioterapeuta estética facial e corporal e mãe do Miguel (9 anos), da Joana (1 ano e 8 meses) e Marta (7 meses), fala da importância de equilibrar a vida de mãe, e como o desequilíbrio nessa parte pode desestruturar as demais: “se as crianças estiverem com saúde eu consigo levar as coisas, agora quando eles ficam doentinhos, aí é mais difícil para mim. Como mãe tenho que parar toda a minha atividade na clínica para atender meus filhos, porque eles são minha prioridade, se eles estão bem tudo vai ficar bem”.
Se dividindo entre os filhos e as demais atividades, no entanto, todas elas afirmaram que as coisas mais preciosas de suas vidas são os filhos, presentes que receberam e que lhes causam muitas felicidades. Algumas, como Ana Carolina e Adriane, levam rotinas de trabalho muito pesadas, com uma carga horária de 12:00hs à 24:00hs de trabalho, o que acaba acarretando um contato um pouco menor com as filhas, mas que não deixa de existir.
Para Angelica, cada segundo com os três filhos é sagrado, então ela faz o possível para que possam ter o máximo de contato, desde levar à escola, almoçar juntos, fins de semana até atividades semelhantes. Osnier já não mantém esse contato tão próximo, devido ao fato de que seus filhos cursam medicina no estado do Paraná, mas procura sempre estar em contato e saber como estão.
“Hoje se eu tivesse filhos eu não colocaria na escola tão cedo, coloquei com dois anos porque precisei, então esperaria o máximo que eu pudesse, talvez não trabalharia tanto quanto eu trabalho, mas acaba que se não fizer isso eu fico até triste”, narrou Ana Carolina ao perguntar o que mudaria em sua vida se pudesse.
“Nós mulheres temos nossas funções profissionais, nossos afazeres domésticos, mas a tarefa de ser mãe é a que mais amamos realizar, interagir, brincar com minha filha é muito prazeroso”, Adriane garantiu ao relatar que sempre dispensa o máximo de atenção para a filha, mesmo quando chega muito cansada do serviço.
“Eu sou muito feliz do jeito que a vida me presenteou com três filhos maravilhosos, são excepcionais, Miguel é muito inteligente, a Joana é determinada e birrenta e isso a torna marcante, a Marta é doce e encantadora”, Angelica sorriu carinhosamente ao desenhar o perfil dos filhos, lembrando o sentido que eles deram à sua vida após o nascimento de cada um. “Eu tenho os filhos que eu queria ter, a vida mesmo que na correria escolhi que fosse assim, e eu acho que a vida são escolhas”, concordou Osnier.
A mensagem deixada por elas, em suma, traz a importância da valorização das mães, das mulheres, do esforço que exercem ao buscar o ponto de equilíbrio em suas qualidades e papéis múltiplos dentro e fora de casa, sempre visando o melhor para suas famílias. Mãe, uma palavra que resume tantas outras, mas que desempenha principalmente uma tradução: amor.
Texto: Mizellen Amaral
Foto: Mizellen Amaral/Divulgação
Fonte: Folha de Vilhena