A greve dos servidores da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) foi discutida nesta quarta-feira (4) em uma audiência de conciliação com o Governo em Porto Velho. Após cerca de duas horas de negociação, a categoria não conseguiu um acordo. O movimento foi iniciado na segunda-feira (2) e paralisou parte das atividades.
Das 84 unidades da Agência no estado, 10 foram afetadas. Uma atividade parcialmente paralisada foi a emissão das Guias de Transporte de Animais (GTA). As GTAs podem ser emitidas pelo sistema online desde 2016, no entanto, muitos produtores ainda dependem do sistema manual.
A audiência foi convocada pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) e teve a presença de representantes do Sindicato dos Servidores da Idaron (Sindsid), do Governo e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Fapero).
Segundo o presidente do Sindsid, Rafael Evangelista, as solicitações tiveram início há dez meses, mas sem uma proposta satisfatória do Governo, os servidores optaram por paralisar as atividades esta semana.
“O sindicato está segurando o máximo que pode a situação. O governo disse que ia fazer uma reunião na última segunda, e ela não aconteceu, e aí realmente os servidores travaram alguns procedimentos no estado. Como não foi apresentada nenhuma proposta na reunião de conciliação, não entramos em acordo”, afirma Evangelista, que também diz que a categoria ainda não definiu se continua com a greve.
O presidente da Idaron, Anselmo de Jesus, diz que o Governo está aberto para negociação, mas que o momento não é oportuno para uma greve devido à situação econômica do país e a proximidade com o período eleitoral.
“A reinvidicação é algo que realmente o Governo vem olhando e cuidando, mas a conjuntura política e econômica do Brasil hoje é complicada. Rondônia é um estado que tem cuidado melhor dos seus servidores, está pagando em dia. Acho que esse não é o melhor momento para uma paralisação. O Governo está aberto para continuar a negociação, até porque tem muitos pontos que foram discutidos e poderiam ter sido negociados se não tivesse tão perto do período eleitoral, que impede que muitas coisas sejam feitas”, conclui o presidente.
Glauber Costa, procurador do Estado, acrescenta que a greve foi realizada fora do prazo, pois o Governo precisava ter sido informado formalmente com 72 horas de antecedência, o que não aconteceu.
“Efetivamente a greve existe. O presidente da Idaron recebeu a notícia da greve no domingo via WhatsApp e na segunda-feira a greve já iniciou. O problema maior foi o momento, que é inoportuno, em função de que estamos muito próximos dos prazos limites da lei eleitoral e da lei de responsabilidade fiscal para que possa atender qualquer pleito da categoria que gere um impacto financeiro”, explica Glauber.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon), Hélio Dias, também acompanhou as negociações e diz que os produtores rurais veem a greve com receios.
Fonte: G1/RO